Rhoda Yakubu, com seus 50 anos, é uma cristã consagrada do vilarejo de Bingel, em um dos doze estados no norte da Nigéria, governados pela sharia¹ . Ela é viúva e tem a guarda de 18 crianças, das quais 11 são menores. Devido a seu falecido marido, Mal Yakubu Suleman, ter se convertido ao islã antes de sua morte, Rhoda foi levada a um processo judicial da sharia para forçá-la a desistir da custódia de seus filhos menores, para que sejam criados como muçulmanos. Mas, a despeito de ser muçulmano, Mal fez Rhoda prometer, antes de sua morte, que ela continuaria a criar seus filhos no amor de Cristo.
Rhoda foi a primeira esposa de Mal. Ambos eram cristãos quando casaram e estiveram juntos por várias décadas. Mal, quando moço, trabalhou como um chef de cozinha para um missionário canadense. O patrão de Mal deixou nele uma impressão duradoura, daí sua receptividade ao Evangelho. Foi nessa época que Mal veio a professar Cristo. Mas cerca de 20 anos atrás, quando o missionário deixou a Nigéria em definitivo, Mal se converteu ao islã.
Ele se casou com a segunda e a terceira esposas, ambas muçulmanas. Entre as três esposas, Mal teve 18 filhos. As outras duas tinham grande respeito por Rhoda e honraram o desejo de seu marido de que ela criasse seus filhos de acordo com os princípios cristãos. Mais tarde, a segunda e a terceira esposas aceitaram o cristianismo, embora uma delas tenha se divorciado de Mal para se casar com outro homem.
Há dois anos, Mal adoeceu. Após um longo período acamado, ele chamou Rhoda para pedir-lhe perdão e encorajou-a a permanecer firme em sua fé cristã. Ele também lhe pediu que orasse por ele e prometesse cuidar de todos os seus filhos, incluindo os que teve com outras esposas. Ele instou-a a não se deter pela oposição que provavelmente receberia por parte da família dele.
A morte de Mal, em 21 de novembro de 2008, acarretou grandes obstáculos para Rhoda, a outra viúva e os outros filhos.
Logo após sua morte, a família de Mal apareceu e reivindicou a guarda dos filhos menores. Eles afirmaram que essas crianças eram de sua responsabilidade até então, uma vez que seu pai morrera um muçulmano. O irmão de Mal trancou sua despensa e confiscou as chaves. Exigiu assim que as crianças fossem entregues a seus parentes muçulmanos.
Parece que a família muçulmana de Mal não apenas guardava mágoa contra Rhoda por causa de sua crença, mas especialmente por criar os filhos de seu irmão segundo a fé cristã.
Entretanto, os filhos adultos e a segunda esposa apoiaram Rhoda. Ela, junto com seus filhos adultos Yusuf e Samaila recusaram-se a entregar os filhos mais novos. O chefe do distrito da região interessou-se pela questão e mandou chamá-los a seu palácio. Ele alertou Rhoda para entregar os 11 filhos menores para seus cunhados ou iria enfrentar a fúria do tribunal da sharia.
Rhoda, Yusuf e Samaila ouviram o alerta do chefe do distrito, mas recusaram-se a ceder. Como consequência, o caso foi despachado para o tribunal da sharia na área. Na audiência, Rhoda e Yusuf declararam que eram cristãos e, portanto, era ilegal serem julgados de acordo com a legislação da sharia. Mas o juiz admoestou-lhes para que cooperassem. Ele afirmou que o caso de Rhoda era de interesse do tribunal da sharia, uma vez que o falecido pai dos menores era muçulmano.
Este caso tem se prolongado no tribunal da sharia por mais de um ano. A despeito da batalha da família muçulmana para ganhar a custódia dos filhos de Mal, Rhoda e seu filho mais velho Yusuf não cederam. Um dos Mallams² e irmão de Mal que compareceu aos procedimentos judiciais advertiu publicamente a Yusuf para não resistir às ordens do tribunal ou iria certamente sofrer as consequências. Dentro de uma semana, Yusuf morreu misteriosamente. A causa de sua morte permanece desconhecida.
A comunidade muçulmana apoiou a reivindicação de custódia contra Rhoda. Alguns membros até a ameaçaram, caso ela se recusasse a cumprir com as exigências de seus cunhados.
A esmagadora presença muçulmana nas audiências de Rhoda no tribunal ameaçou despertar emoções de desespero. Rhoda e Samaila foram encorajadas quando representantes de Portas Abertas, juntamente com pastores da comunidade local, compareceram aos procedimentos judiciais para mostrar solidariedade a elas.
“Minha alegria é sempre de que o Senhor Jesus nunca nos abandonará”, disse Samaila.
Rhoda, a segunda esposa e os 11 filhos mudaram-se desde então por questões de segurança. Eles vivem em um pequeno cômodo e se encontram em circunstâncias desesperadoras. A Portas Abertas visitou a família para ministrar a eles. Além de pagar pelos serviços de um advogado cristão, também entregamos ajuda de emergência na forma de alimento, roupa, aluguel e taxas escolares. A família ficou tão estupefata de gratidão pelo apoio que explodiu em lágrimas. Foi impossível para nossos representantes não chorar.
A despeito das dificuldades, a família permanece esperançosa.
“Somos muito fortes. O Senhor e suas orações têm sido nosso segredo. Este processo tem nos ensinado a confiar mais em Deus e a depender exclusivamente de Suas promessas. Que o nome de Deus seja glorificado! Estou contente que Cristo em mim é maior do que o mundo. Eu vencerei”, testemunhou Rhoda. Portas Abertas compreende que Rhoda apreciará encorajamento e pede aos que apoiam sua causa para escreverem para ela (veja as orientações abaixo).
Motivos de Oração:
1. Ore para que a vontade de Deus seja feita no caso judicial de Rhoda e para que se faça justiça.
2. Ore pelo conforto e consolo de Rhoda e sua família enquanto choram a morte de seu filho Yusuf.
3. Ore pela provisão de Deus em suas necessidades físicas e para que continuem a depender dele para terem força e persistência.
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