Segunda maior cidade do Iraque, Mosul é agora um dos lugares mais violentos para se morar. Cristãos são os maiores alvos das insurgências radicais; constantemente submetidos a ataques e ameaças, muitos foram obrigados a deixar suas casas
Milhares de cristãos deixaram suas casas em Mosul, no Iraque, desde que as forças armadas dos EUA depuseram Saddam Hussein, em 2003, causando uma onda de violência contínua na região. Os cristãos, assim como as demais minorias, são vítimas de extrema discriminação.
Séculos atrás, Jonas argumentou que não queria ir à Nínive; atualmente, devido à perseguição, cristãos têm de abandonar a cidade que foi construída quase no mesmo lugar. O antigo território de Nínive fica no lado oposto do rio Tigre, onde hoje está situada Mosul; a cerca de 400 km da capital Bagdá.
Dificilmente passa-se um dia sem que alguém seja morto por bombas ou balas na capital da província de Nínive. A violência atinge principalmente os cristãos; porém, diversas vezes, policiais, soldados ou oficiais são mortos durante seu serviço em prol do governo. Em meio a
tudo isso, é assustadoramente fácil encontrar exemplos da situação hostil a que estão submetidos os servos do Senhor.
Para citar alguns desses casos, em meados de maio, o cristão Rayan contou que vinte famílias, residentes em Mosul, receberam cartas de ameaça que diziam que eles tinham que se deslocar dali para viver em outro lugar.
Relatos dão conta ainda de que “terroristas” visitaram quatro agentes imobiliários em busca dos nomes de cristãos que venderam suas casas recentemente. A partir dessa informação, eles ficam sabendo quem tem dinheiro e pode ser um possível alvo de sequestro em troca de pagamento do resgate. “Um dos agentes questionado se recusou a fornecer tais informações e, por causa disso, foi morto”, declarou um porta-voz.
A casa de um cristão foi incendiada e um grupo de homens armados tem aterrorizado a maioria dos religiosos habitantes de Bartella, uma vila localizada a 30 km de Mosul; policiais encontraram e desmontaram a tempo uma bomba colocada no carro de outro cristão.
Devido à crescente pressão sobre os irmãos, no final de maio, uma delegação cristã foi conversar com autoridades de segurança na sede de operações de Nínive. Conseguiram uma reunião com o comandante Basim H. Alta’ay; ele se comprometeu em analisar a questão.
Ainda no mês de maio, a organização Hamorabi de Direitos Humanos, com sede em Bagdá, declarou que a situação dos cristãos em Mosul “se tornou muito ruim”. “Muitos foram obrigados a deixar suas casas e migrar para locais mais seguros. Cristãos com elevado grau de escolaridade, conhecidos profissionalmente, foram os mais prejudicados, já que tiveram de abandonar seus empregos e carreiras”. Por todos esses fatores, a instituição apelou para que o governo “reforce o papel das forças de segurança em Mosul a fim de que os ataques contínuos contra minorias não muçulmanas cessem”.
O website cristão, Chaldeaneurope.org, noticiou que “apesar das medidas de segurança, que policiais e demais oficias têm tentado implantar na cidade, não tem sido o suficiente para conter a violência. Mosul não é um local seguro, especialmente para as minorias”.
A situação dos cristãos em Mosul
Na reportagem é citada uma declaração do general Ahmed M. Aljaboury, diretor-geral da polícia de Mosul: “Entre 2005 e 2011, nosso comando operacional registrou o assassinato de cerca de 70 cristãos, incluindo estudantes universitários, líderes religiosos, profissionais mulheres e donas de casa”. Duas ondas de crimes e intimidação em 2008 e 2010 fizeram com que cristãos fugissem de Mosul com tanta pressa que as Nações Unidas tiveram de providenciar assistências emergenciais. "Estamos trabalhando para proporcionar uma vida mais tranquila para os cristãos", disse o general Aljaboury.
Antes de 2003, a população cristã de Mosul chegava a 75 mil pessoas. Hoje em dia, esse número caiu para 25 mil; muitos vivem na província de Nínive. De acordo com Khdher Saeed, diretor de Migração e Migrantes: "cerca de cinco mil famílias cristãs deixaram Mosul para viver nos arredores de Nínive, Alqosh e Qosh Qara."
Maha Qureiqoz, presidente da Hope Association for Christians' Rights (Esperança para os Direitos dos Cristãos), em Bartala, disse que o futuro é sombrio para os cristãos do Iraque. "Estamos preocupados com a migração contínua das famílias cristãs de Mosul".
De acordo com uma fonte da Portas Abertas, a situação no Norte do Iraque é pior do que o cenário mostrado pela mídia. "Eu ouvi um líder religioso dizer que há ataques diários contra os cristãos”, disse.
Pedidos de oração:
1) Peça ao Senhor para que haja uma transformação na situação dos cristãos de Mosul.
2) Ore para que os cristãos que permaneceram na cidade recebam força e coragem do Senhor; para que essa experiência sirva para lhes acrescentar fé e conhecimento na Palavra de Deus.
3) Clame ao Senhor por mais segurança aos cristãos e por estratégias que os ajudem a lidar com essa fase que estão atravessando.
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