Com o bordão “Vem comigo dando Glória”, a pastora Ana Lúcia, da Igreja Pentecostal do Evangelho Pleno, ficou conhecida através de um vídeo postado no Youtube, em que ela e sua banda “Os Gideões” se apresentavam como convidados na Igreja “Obra em Restauração ‘Portão de Ferro’”.
As milhares de visualizações levaram Ana Lúcia a ser convidada para participar do programa “Esquenta”, da apresentadora Regina Casé, na TV Globo. “Quando o rapaz da produção me ligou, com essa história de programa, eu achei que era brincadeira e desliguei o telefone na cara dele. Zoação, não! Depois, vi que o negócio era sério. Mas disse que só ia se pudesse levar a minha banda inteira, que tem 14 integrantes. No outro dia, tinha um ônibus aqui na porta, para levar a gente para o Projac. Foi incrível”, conta a pastora.
De família umbandista, Ana Lúcia se converteu há vinte anos, quando seu filho estava doente, com leucemia. Na época, sua família não aceitava a mudança: “Minha mãe dizia que eu era louca, e meu marido me abandonou por causa da minha religião. Hoje meu filho está saudável, e meu noivo está aqui ao meu lado, celebrando comigo”.
O filho, aliás, é funkeiro e transmite influências musicais para a mãe, que é fã de Alcione e Whitney Houston e tem a voz, considerada por muitos, semelhante às de divas da música negra norte-americana. Perguntada por um repórter do jornal O Globo, Ana Lúcia admite que as músicas que o filho ouve a influenciam em seu jeito de cantar: “Acho que canto assim porque meu filho é funkeiro. Nunca fui a um baile, mas estou sempre ouvindo as músicas dele. E minha família tem umbandista, eu mesma já fui umbandista antes de me converter. É essa coisa bem brasileira, de misturar tudo, não é? E, se eu for pregar como outros que existem por aí, com aquelas músicas chatas, vai cair todo mundo no sono. As pessoas vêm aqui e me seguem porque sabem que sou animada, que gosto de festa”.
De antes de sua conversão, Ana Lúcia traz exemplos, que ela frisa que não devem ser seguidos, e que a fizeram enxergar a melhor forma de transmitir o evangelho: “Antes de eu me converter, eu não usava saia, usava o cós, não usava a blusa, usava o top. E tinha uma pessoa que me olhava (eu não era gordona assim, tinha um lindo) e ela dizia pra mim: ‘você vai para o inferno’. É interessante que essa mesma pessoa me olhou, esses dias, e disse: ‘eu te conheço’. Aí eu disse: ‘sou aquela jovem que sambava até o pé, na boquinha da garrafa, que a senhora disse que ia para o inferno. Só que a senhora tem que pregar salvação’. E hoje, eu sou a pastora Ana Lúcia”, contou durante sua participação no “Esquenta”.
Aliás, sua participação no programa “Esquenta” foi marcante para ela: “Eu via os programas de TV e falava para minha mãe que um dia ia estar lá. Digo que o programa não esquentou, explodiu. Todo mundo que estava lá — candomblecistas, um padre, a bateria da Unidos da Tijuca”, disse em entrevista ao jornal Extra.
Uma de suas primeiras músicas, “Diabo, larga o que é meu” traz uma letra incomum, como forma de transmitir uma mensagem simples. Os versos da música dizem “Meu marido é infiel, mas é meu/ Meu filho é funkeiro, mas é meu”. A pastora explica que a música “é um recado para quem abre mão dos seus entes queridos por qualquer problema que surja, seja um vício, um desvio de caráter ou uma diferença qualquer. Procuro unir as pessoas, em vez de separá-las. Por isso, nos meus cultos todo mundo é bem-vindo, sem distinções. Pode ser gay, pode ser dependente químico, pode ser espírita, é só chegar. Quero festejar e celebrar as diferenças. Não nasci para pregar o ódio ou o medo”.
Embora tenha ficado conhecida, Ana relembra que a trajetória até aqui não foi curta ou simples, e que já houve vezes que pensou que não receberia seu cachê: “Teve um sujeito que me levou para cantar em João Pessoa e depois queria me pagar com orações, veja só. E nem hotel ele me arrumou. Tive que dormir na casa de uma amiga. Hoje, tenho uma pessoa só para acertar minha agenda. Não posso mais passar por essas situações. Tenho aluguel para pagar e família para sustentar”.
Apesar do aparente sucesso, Ana Lúcia admite que ainda não gravou um CD por falta de dinheiro e estrutura, mas comemora os degraus que subiu até aqui: “A gente queria poder ensaiar mais, mas não temos como pagar um estúdio. Então, vamos improvisando com o que temos. Mas não tenho do que reclamar. As pessoas adoram nossas apresentações. Tem gente que me reconhece quando vou ao shopping. Até autógrafo me pedem. Mas ainda sonho em gravar um disco. Um dia isso vai acontecer”, acredita a pastora Ana Lúcia.
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