O país ainda nega o direito de liberdade religiosa aos seus cidadãos, embora seja pressionado pela comunidade internacional há um longo tempo
O governo do Turcomenistão ainda não permite que os moradores do país sejam livres para praticar sua fé", disse Felix Corley, editor do Forum 18 News Service, uma agência que monitora a liberdade religiosa nas ex-repúblicas soviéticas e no Leste Europeu.
Ele fez comentários um dia depois da coalizão de 10 organizações de direitos humanos e grupos de defesa, incluindo o Human Rights Watch (HRW). A aliança pediu a Washington para designar a ex-república soviética como um país de preocupação específica, de acordo com a lei americana de violações à liberdade religiosa .
Não há liberdade de religião no Turcomenistão, lê-se em uma carta endereçada à secretária de Estado americana, Condoleezza Rice. A carta cita o tamanho da repressão no estado recluso, mas rico em petróleo.
Ao descrever o governo do presidente turcomano Saparmurat Niyazov como um dos mais fechados e brutais do mundo, ativistas na coalizão acusaram Ashgabat (capital do país) de perseguir as comunidades religiosas minoritárias - como testemunhas de Jeová e batistas - com ataque policiais em reuniões de oração, detenções arbitrárias e espancamentos.
Mas a perseguição religiosa se estende para muito além da fronteira. A comunidade muçulmana permanece sob firme controle, enquanto a Igreja Ortodoxa Russa no Turcomenistão teve seu recadastramento negado por impedir suas paróquias de se tornarem independentes da diocese asiática central, localizada na capital uzbeque de Tashkent, Felix explicou.
Nenhuma comunidade religiosa é livre para imprimir, publicar ou importar literatura religiosa", ele disse. Felix acrescentou que o governo ainda deve explicar porque o ex-chefe mufti Nasrullah Ibn Ibadullah continua a cumprir uma pena de 22 anos de prisão e porque lugares de culto demolidos ou confiscados nos últimos anos ainda precisam ser reconstruídos ou devolvidos - sem nenhuma indenização oferecida.
Sob o Ato Internacional de Liberdade Religiosa de 1998, exige-se que os funcionários do Escritório de Liberdade Religiosa Internacional nomeiem países violadores como "países de preocupação específica". Quando um país é indicado para essa lista, a Secretaria de Estado deve escolher alguma ação que vai de pressão diplomática à imposição de sanções.
Dizendo que a indicação do Turcomenistão foi "um longo atraso, a aliança afirmou que a falha da Condoleezza Rice em designá-lo como tal poderia "diminuir a credibilidade do Ato com respeito ao Turcomenistão e outros países".
Também poderia levantar dúvidas entre os cidadãos de um país em sua maioria muçulmano sobre a confiabilidade do governo americano como um campeão da liberdade religiosa", acrescenta a carta.
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