O Templo de Salomão da Igreja Universal do Reino de Deus pode ser uma estratégia do bispo Edir Macedo para garantir a sobrevivência da denominação e conferir legitimidade aos olhos do público.
Essa visão é compartilhada por especialistas em religião e sociologia que recentemente foram convidados por veículos de imprensa para opinar sobre a empreitada da Universal com seu megatemplo.
“Ele está procurando reconstruir todos os mitos fundantes da igreja”, comentou o professor Edin Abumanssur, líder do Grupo de Estudos do Protestantismo e Pentecostalismo (GEPP) da Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP).
Para o pastor Luiz Correia, professor do Instituto Bíblico Teológico TimóTheos, “a aproximação da Universal com os elementos do culto judaico não é recente”. O sincretismo religioso é uma das características mais fortes da denominação em seus quase quarenta anos de fundação: “A Iurd é uma organização religiosa sincrética, que foi se desenvolvendo a partir de elementos do catolicismo, pentecostalismo, espiritismo e judaísmo”, pontua Correia.
O professor Vicente Dobrouka, doutor em teologia pela Universidade de Oxford e docente na Universidade de Brasília, enxerga nessa ênfase ao judaísmo uma maneira de se aproximar da receita usada por outras denominações neopentecostais, que usam os símbolos e elementos ritualísticos do judaísmo em seus cultos, e assim, conter a sangria de fiéis.
“A Universal é recente, da década de 1970. Nasceu ontem em relação a outras instituições. Ela precisa criar um ‘mito de fundação’ (conceito que fundamenta a origem de uma crença, filosofias e grupo). Quando o líder da Universal se veste de rabino e deixa a barba crescer, a associação [de quem o vê] é imediata: ‘Vejam, nós temos uma história longa’. O que o bispo está fazendo é mostrar a fiéis indecisos, que não participam formalmente de nenhuma igreja, que a tradição da IURD vem lá de trás e agora está sob ataque. De alguma maneira, isso é apropriado pelo bispo”, analisa Dobrouka.
Esse “ataque” mencionado pelo doutor em teologia é retratado no Censo de 2010 feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostrou uma perda de aproximadamente 229 mil adeptos para a denominações concorrentes.
Para reverter isso, e ao mesmo tempo, agregar uma imagem de denominação histórica, a ideia foi construir uma réplica em escala maior do Templo de Salomão. “Ao construir o templo, a Universal ganha capital simbólico. Até então, grandes catedrais eram monopolizadas pela igreja Católica. Em toda grande capital, você é capaz de vislumbrar uma grande catedral católica encravada, com suas torres e sinos, dando visibilidade à religião e simbolizando sua força”, observa o professor Ricardo Bitun, docente de pós-graduação em Ciência da Religião da Universidade Mackenzie (SP).
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