O debate do tema matrimônio, família e sexualidade continuará na pauta das igrejas luteranas pelo menos até a próxima Assembléia da Federação Luterana Mundial (FLM), agendada para 2010, em Stuttgart, Alemanha. No encontro do Conselho Diretor do organismo ecumênico, reunido em Lund, Suécia, de 20 a 27 de março, ficou evidente que o tema é controverso.
Representantes de igrejas luteranas da África e da Ásia lamentaram que o documento de estudo sobre o assunto tenha pouco enfatizado o significado de matrimônio e família, priorizando a questão das parcerias entre pessoas do mesmo sexo, informa a assessoria de imprensa do organismo ecumênico.
À luz da Bíblia, argumentaram os africanos, o casamento é uma instituição sagrada, introduzida por Deus e voltada ao relacionamento de homem e mulher. A maioria das igrejas africanas rejeita a relação homossexual, encarando-a como pecado.
Igrejas luteranas da Ásia esperam que nessa temática sejam considerados os contextos culturais. No continente asiático, a homossexualidade é um tema novo e pessoas nessas condições deveriam ser acompanhadas pastoralmente, recomendaram. Elas também pediram que no processo de consulta sobre o assunto, ora em processo, a FLM inclua a preocupação com pornografia, prostituição infantil e tráfico de pessoas.
Intensificar o diálogo sobre matrimônio, família e sexualidade foi o pedido encaminhado à FLM pelas igrejas da Europa, da América do Norte e da América Latina.
Igrejas latino-americanas enfatizaram, no seu relatório, a importância da ordenação feminina, encarada como um “tesouro especial”, que deveria ser mais destacado no diálogo interluterano, inter-religioso e na ecumene. Ainda assim, mulheres líderes luteranas esperam que igrejas vinculadas à FLM se pronunciem favoravelmente à ordenação feminina.
O Conselho Diretor da FLM assinalou, em documento, que num mundo em que existe excedente de produção a pobreza é um escândalo. É responsabilidade primeira dos governos que as populações tenham acesso às necessidades básicas.
Igrejas da América Latina reivindicam que as regiões tenham mais voz participativa na construção futura da FLM e entendem que é preciso trabalhar pelo fortalecimento da identidade confessional e o engajamento ecumênico.
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