O assunto é controverso e divide opiniões. Quando o pastor Mark Biltz, especialista em profecias, começou a falar – em 2008 – sobre sinais que surgiriam nos céus de Jerusalém entre 2015 e 2017, vários outros estudiosos passaram a concordar com ele. Logo as “luas de sangue” e “superluas” foram objeto de estudos disponibilizados em forma de DVDs e livros.
Erroneamente, alguns sites divulgaram que esses seriam sinais da volta de Jesus, coisa que Biltz nunca disse. Seus ensinamentos eram focados num ciclo lunar específico, cujas datas coincidiam com as datas festivas de Israel. Ele também lembrava que haviam ligações “históricas” destes fenômenos raros com a trajetória do Israel moderno.
Na noite desta segunda-feira (14) sobre os céus de Jerusalém será vista a maior superlua que se tem registro. O fenômeno ocorre quando a lua cheia está mais próxima da Terra que de costume. Ela parece estar 15% maior e 30% mais brilhante do que normalmente seria.
Contudo, a data marca um ciclo raro de aparições, são três meses seguidos com a lua tão perto do nosso planeta. Esse é um evento astronômico único em cerca de 70 anos. A última vez que ocorreu uma sequência de luas de sangue e superlua foi em 1948, época do nascimento do Estado de Israel.
As constelações definidas pela astronomia, que nada tem a ver com os signos da astrologia, mostram que a trajetória no espaço na próxima semana fará com que o planeta Júpiter entre no meio da constelação de Virgem. Ali permanecerá pelos próximos nove meses, saindo de sua “barriga” em 23 de setembro de 2017. A data marca o próximo Rosh Hashaná – da Festa das Trombetas.
Isso é o suficiente para se fazer correlatos com o cenário descrito em Apocalipse 12. Some-se a isso o fato de que essa conjunção estelar ocorre no ano 5777 do calendário hebraico e pronto, uma nova leva de estudos e pregações sobre o assunto. Afinal, pela numerologia bíblica, o “7” representaria a perfeição e o fim de um ciclo.
Lua é sinal para os judeus, garantem estudiosos
Como tem se tornado comum na internet, logo surgiram “teorias da conspiração” que apontariam para um alerta sobre a volta de Cristo. Tanto o pastor Biltz como outros estudiosos lembram que não é isso que eles vêm falando.
Bob O’Dell e Gidon Ariel, fundadores da Root Source, programa educacional em que ortodoxos ensinam cristãos sobre o Antigo Testamento, dizem que essas mudanças na maneira como a lua é vista da terra não deve ser ignoradas.
“Não estamos prevendo o fim do mundo nem a chegada do Messias em setembro”, disse O’Dell. “Mas se você olhar para todas as luas de sangue que ocorreram na história, verá que todas as vezes marcaram ‘pontos de virada’ na história do povo judeu.”
Porém, eles pedem que a igreja não ignore o que pode ser um sinal claro.
Biltz, que é descendente de judeus, lembra que a Bíblia deixa muito clara que os luzeiros no céu serviriam “para sinais e para as estações do ano”, conforme o relato de Gênesis 1:14-15.
“O termo em hebraico implica que não é apenas um sinal, mas um sinal da Sua vinda”, esclarece. O estudioso diz ainda que a palavra traduzida como “estações” tem o sentido de “tempo determinado”, implicando na comemoração das festas estabelecidas por Deus no Antigo Testamento e que seguem o calendário lunar adotado pelos judeus.
Ele lembra também de vários outros textos que falam sobre o assunto, uma vez que o calendário dos hebreus é baseado nos movimentos da lua. “Deus quer que olhemos para o calendário bíblico, pois ele vai sinalizar sua vinda… precisamos estar atentos às festividades bíblicas, pois são todas proféticas”, afirma.
O pastor vem ressaltando que desde que esse ciclo lunar começou, o mundo testemunhou uma série de eventos no Oriente Médio que dizem respeito a Israel. Além da guerra na Síria e Iraque, ao norte da Terra Santa.
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