Pouco mais de 57% dos eleitores da Suíça votaram, em um referendo realizado domingo (29 de novembro), a favor da proibição da construção de minaretes no país, segundo a agência de notícias suíça ATS.
Com a apuração concluída em 25 dos 26 cantões suíços, o "sim" ganhou 57,05% do total dos votos. Para se tornar lei, a proibição precisa ter sido aprovada na maioria dos cantões.
A proposta havia sido apresentada pelo SVP (Partido do Povo), de direita, que tem maioria no Parlamento e argumenta que as torres das mesquitas são um sinal de "islamização" da Suíça.
Mas o governo suíço, do SPS (Partido Social-Democrático), havia feito nos últimos dias um apelo para que a população votasse contra a proibição.
"Símbolo político"
Estima-se que cerca de 4,5% da população suíça --ou 400 mil pessoas-- seja de muçulmanos, muitos deles vindos da antiga Iugoslávia.
A Suíça tem mais de cem mesquitas e salas de oração muçulmanas, mas apenas quatro minaretes.
Em entrevista à BBC, o presidente da Associação das Organizações Muçulmanas de Zurique, Tamir Hadjipolu, disse que se a proibição for realmente implementada, a comunidade muçulmana da Suíça vai viver com medo.
"Isso vai provocar grandes problemas, porque já durante esta campanha, várias mesquitas foram atacadas - algo que nunca vivemos em 40 anos na Suíça", afirmou. "Com este plebiscito, a islamofobia aumentou com muita intensidade", concluiu.
Mas Ulrich Schluer, parlamentar do SVP, rejeita as acusações de discriminação. "Todo muçulmano é autorizado a se reunir com outros muçulmanos e ter uma religião juntos. Mas um minarete é um símbolo político. É um símbolo para introduzir, pouco a pouco, a lei Sharia na Suíça, paralelamente à legislação suíça, que é resultado da democracia suíça", disse ele à BBC.
Nos últimos anos, vários países europeus têm debatido seu relacionamento com o Islamismo e como integrar melhor as comunidades islâmicas.
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