Líderes do Líbano, da Síria e do Irã manifestaram preocupação com o início, no domingo, dos exercícios de simulação de guerra realizados em Israel.
O treinamento, com o objetivo de preparar a população e os diversos sistemas do país para situações de emergência, é considerado o maior já realizado na história de Israel.
O primeiro-ministro do Líbano, Fuad Siniora, disse que Israel pode usar o exercício para aumentar a tensão entre os dois países. Ele pediu que observadores da ONU no sul do Líbano controlem a fronteira para garantir que Israel “não realize atividades que possam elevar a tensão” no local.
Siniora também instruiu o Exército libanês a “ficar em estado de alerta e tomar todas as medidas necessárias para proteger os cidadãos libaneses de qualquer violação da fronteira por Israel”.
O ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid El Mualem, também comentou o treinamento israelense e afirmou que “a Síria escolheu a paz como opção estratégica, mas está pronta para se defender de qualquer agressão”.
O porta-voz do ministério das Relações Exteriores do Irã, Mohamed Ali Husseini, também demonstrou preocupação.
“Os países da região devem acompanhar de perto o treinamento israelense e alertar os líderes da comunidade internacional para as ações de provocação por parte do regime sionista”, disse Husseini.
“Preparar o país”
O governo israelense afirmou que o treinamento “faz parte das conclusões tiradas da segunda guerra do Líbano (em 2006, quando Israel combateu forças do grupo militante islâmico Hezbollah no sul do país) e tem apenas o objetivo de preparar o país para situações de emergência”.
O exercício de simulação é considerado o maior já realizado na história de Israel e deverá incluir o treinamento da população e de todas as instituições governamentais para ataques de mísseis, inclusive não convencionais, contra as cidades israelenses.
O vice-ministro da Defesa, Matan Vilnai, deverá apresentar ao gabinete diversos cenários de ataque contra o território israelense, inclusive com armas químicas e biológicas, e os ministros deverão treinar o processo de tomada de decisões em situações extremas.
Mais de 250 prefeituras também deverão participar da simulação, que incluirá os sistemas de educação e de saúde.
O auge do exercício deverá ocorrer nesta terça feira, quando o sistema de alarmes em todo o país será acionado.
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