Poucos dias depois algumas meninas conseguiram escapar, e disseram que os soldados ameaçaram atirar em qualquer um que resistisse. Um ano depois, 232 ainda estão desaparecidas.
Durante esse ano, as negociações com o grupo não deram em nada e a violência do Boko Haram tem se intensificado. Outros ataques a vilas, sequestros de mulhres e crianças, mortes e agressões vêm sendo disseminado pelo grupo.
O desaparecimento das meninas gerou uma tempestade nas mídias sociais do mundo todo com a hashtag #bringbackourgirls (tragam de volta nossas garotas), o que desencadeou maior represália do Boko Haram. O líder do grupo, Abubakar Shekau, lançou um vídeo de 57 minutos em que dizia estar com as meninas e que a intenção era islamizá-las, e depois vendê-las ou forçá-las a casar com membros do grupo.
A partir de hoje, até quarta-feira (14), sempre ao meio dia, uma série de notícias contará como foi o sequestro, como tem sido a vida da aldeia e dos pais e familiares das meninas sequestradas, o que o governo e autoridades nigerianas têm feito pelo caso e o que os cristãos do mundo inteiro podem fazer sobre isso.
Entenda o caso:
Por volta das 22 horas do dia 14 abril de 2014, a Escola Secundária de Governo em Chibok, uma aldeia no estado de Borno,nordeste da Nigéria, estava cheio de meninas que passariam a noite ali, em grupos de estudo, por conta das provas daquela semana.
Sete caminhões carregados de homens armados, percorreu a aldeia, em direção à escola. No caminho, alguns dos homens atearam fogo em edifícios e, já na escola, dominaram os guardas de segurança, invadiram os dormitórios, fortemente armados, carregaram 275 alunas nos caminhões. Os veículos embarcados fugiram, desaparecendo na Floresta Sambisa.
As primeiras notícias deram conta de que 100 meninas tinham sido sequestradas, e logo em seguida, 200. Em última análise, a contagem sombria estava completa: 252 meninas foram roubadas. Cerca de 20 finalmente escapou, mas o resto, 232 de acordo com fontes de campo Portas Abertas Internacional, desapareceram desde os sequestros. A maioria eram cristãs, membros da Igreja dos Irmãos.
O grupo radical islâmico Boko Haram assumiu a responsabilidade pelo sequestro em massa. Foi o maior sequestro realizado por radicais terroristas, mas foi apenas uma parte da maior campanha de sequestros iniciada pelo grupo. Na verdade, a agência de Direitos Humanos disse que "a relativa facilidade com que Boko Haram realizou os sequestros em Chibok parece ter encorajado grupos islâmicos a realizar sequestros em outros lugares".
O governo da Nigéria demorou em responder sobre o caso. Repetidas garantias de que as meninas seriam libertadas em poucas horas, se evaporaram. Uma tempestade de mídia social global, envolvendo todos, desde a paquistanesa Malala Yousafzai – Prêmio Nobel da Paz –, até a primeira dama norte americana, Michelle Obama, foram a público apoiar a causa das pequenas cristãs sequestradas, com a hashtag #bringbackourgirls.
Perante este cenário, um ano após os sequestros em Chibok, os nigerianos foram às urnas para escolher um novo presidente, Muhammadu Buhari, que promete ter mão firme contra o Boko Haram.
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