O senador Magno Malta (PR) emprega no gabinete do Congresso dois músicos da sua banda gospel Tempero do Mundo. O tecladista e o produtor musical custam R$ 11,9 mil por mês aos contribuintes. A informações foram publicadas na edição de ontem (28/06/09) do jornal Correio Braziliense.
O jornal ‘A Gazeta’ deixou recado no celular de Malta na manhã de ontem, mas ele não retornou a ligação. A reportagem do Correio Braziliense também não conseguiu localizar o parlamentar.
O primeiro contratado pelo Senado, segundo a reportagem, foi o maranhense Roberto Leonardo Silva Castro. Tecladista da banda, Leonardo foi nomeado como assessor-técnico de Malta em junho de 2007, com o maior salário de comissionado da Casa, R$ 8,2 mil. Mas não tem hábito de dar expediente no escritório político do senador em Brasília ou mesmo em Vila Velha, reduto eleitoral do parlamentar. Uma funcionária do gabinete do senador em Brasília confirmou que o tecladista quase nunca vai ao Congresso.
No Espírito Santo, outra funcionária, lotada no escritório político, disse que Roberto Leonardo não se envolve nos “assuntos parlamentares”. “Ele fica mais na rádio e cuidando dos assuntos da banda”, disse ela. Um funcionário da Rádio Cor da Vida FM, da família do senador, disse que o tecladista participa de um programa diário veiculado na emissora e um segundo transmitido aos sábados.
O tecladista disse à reportagem que seu trabalho como assessor é “dar palestras em escolas sobre drogas”. “A gente faz palestras orientando sobre drogas e levando a palavra de Deus e, por acaso, a gente também toca numa banda”, afirmou Roberto Leonardo, que se diz um ex-viciado e que se converteu em 1997. Ele nega ser “funcionário fantasma”.
Produtor
O outro funcionário, Ronilson Santos Lins, é o produtor musical Rony Lins, nomeado em julho de 2008 para o cargo de assessor, com salário de R$ 3,7 mil. Sem saber que estava falando com a reportagem do Correio Braziliense, ele admitiu, por telefone, que continuava produzindo a banda de Magno Malta.
Depois, entretanto, segundo a reportagem afirmou que, há um ano, parou de trabalhar com produção musical para assessorar o senador na presidência da CPI da Pedofilia. Ele disse que, desde 2000, é produtor da banda de Malta.
Ronilson informou que cuida da agenda musical e parlamentar de Malta. “Hoje não tem mais tempo”, explicou.
Espião
O senador foi alvo de uma outra polêmica recentemente. Magno Malta teria indicado o seu suplente como espião no Conselho de Ética. Usando um boletim sigiloso, o senador Magno Malta plantou um assessor no conselho durante a análise do processo de cassação de seu mandato – Malta foi absolvido.
O funcionário nomeado era uma espécie de assessor secreto que não despertou atenção no período. O detalhe: assessor era o segundo suplente do próprio senador, o pastor evangélico Nilis Castberg. Malta negou saber que a nomeação foi por ato secreto.
Prefeito
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