Depois de nove meses enroscado no sistema judicial da Colômbia por um assalto que ele não cometeu, o seminarista de Medellín, Luis Vera, está livre depois de uma juíza de Bucaramanga tê-lo libertado da prisão domiciliar que cumpria na casa de seus sogros. Ele foi absolvido de todas as acusações.
"Glória a Deus!", exultou Luis. "Irmãos, minha alegria é grande por poder comprovar minha inocência antes do sistema judicial".
A liberdade de Luis veio mais de nove meses depois que a vítima, Wilson Silva Becerro, e sua esposa - que testemunharam o crime em 2002 - terem dito à corte que Luis não era o homem que o atacara. No ano passado, Wilson viu a foto de Luis na delegacia de polícia e disse às autoridades que Luis era o agressor, apesar da foto não combinar com a descrição que ele mesmo fizera do acusado.
A sentença veio no dia 6 de setembro. Na audiência final de Luis, em 30 de agosto, a promotora pediu à juíza Gladys Mora para absolvê-lo de todas as acusações. Luis disse que a promotora estava tão convicta de sua inocência que "agiu como se fosse minha advogada".
Apesar da declaração da vítima em uma audiência no dia 23 de agosto de que Luis não era o agressor, ele permaneceu em prisão domiciliar na casa de seus sogros em Bucaramanga, onde o crime aconteceu, até a sentença de terça-feira.
O veredicto da juíza está na esteira de uma série de irregularidades de um caso, o qual um advogado de direitos humanos de Bogotá disse nunca ter sido levado a julgamento, muito menos estendido por tantos meses.
Duas vezes antes, a vítima não compareceu às audiências da corte para identificar Luis como sendo um de uma gangue de quatro assaltantes armados. Na audiência de Luis no dia 23 de agosto, Wilson e sua esposa finalmente compareceram para identificar o alegado acusado. O casal não havia visto Luis nas duas vezes antes da identificação, mas a juíza e a promotora cumprimentaram-no quando elas o viram entrando na sala de audiência, comprometendo sua identidade.
Além disso, depois de Wilson falhar no reconhecimento de Luis na identificação, Gladys fê-lo andar na frente de Wilson, uma ação que o advogado de Bogotá Luis Abella descreveu como para sugerir a identidade de Luis a Wilson.
"Foi muito perigoso e ilegal fazer Luis passar na frente de Wilson para ver se ele era o criminoso", disse Luis Abella. "Isso é intolerável e uma violação aberta aos direitos do réu. Por que a esposa disse 'sim' quando ela primeiro havia dito 'não'? Bem, graças a Deus, sua inocência foi confirmada".
Luis escreveu em um e-mail, "A juíza pediu ao reclamante para confirmar definitivamente se eu era a pessoa que o atacou, e ele respondeu: 'Na verdade, ele se perece com o agressor, mas ele não foi o que me atacou'.". Nem a esposa de Wilson reconheceu Luis na identificação.
A luta de Luis começou no dia 26 de novembro de 2004, quando o estudante de então 23 anos, terminando seu primeiro semestre no Seminário Bíblico de Colômbia em Medellín, levou à sua família bilhetes de ônibus em sua cidade natal, Bucaramanga. Na estação de ônibus, a polícia realizava uma checagem de identidade rotineira. Os oficiais olharam para o número do RG de Luis e encontraram uma ordem para prendê-lo sob a acusação de tráfico e manufatura de armas de fogo, e um agravante de roubo no assalto a Wilson. Eles o levaram sob custódia.
Apesar de Luis não combinar com a descrição verbal que Wilson fez do acusado, Luis soube que Wilson, em 2004, havia identificado sua foto entre várias fotos de criminosos que os policiais mostraram a Wilson na delegacia de Bucaramanga.
Em 2000, Luis estava andando de moto em Bucaramanga quando um menino de 11 anos correu para a rua. Luis desviou, freando a moto, mas acabou atingindo o garoto. Luis o levou a uma clínica, onde ele morreu alguns dias depois. Um promotor investigou a freada e concluiu que a culpa era da criança, e não de Luis.
Mas depois que Luis foi absolvido, um funcionário do departamento de polícia pediu para tirar sua foto, dizendo que o procedimento era "parte do processo". Luis permitiu que a foto fosse feita.
O fato de o trabalhador ter tirado a sua foto em um caso não-criminal não era, na verdade, o procedimento do departamento de polícia. Isso violou os direitos humanos de Luis, de acordo com Luis Abella. "A foto foi tirada ilegalmente", ele disse.
Na audiência de 17 de agosto, a promotora pediu à juíza para descobrir por que a fotografia de Luis estava nos arquivos criminais. "Ela também fez menção ao fato de Wilson, que havia reconhecido a foto no escritório de investigações criminais, ter dado uma descrição completamente diferente dos meus traços físicos", contou Luis.
Durante os meses , a despesa com a defesa legal de Luis chegou aos milhares de dólares, bem além de sua capacidade, ou da de sua família, de pagar. Luis disse que o Senhor proveu muitas das necessidades de sua família. Para Luis Abella, parece que o caso de Luis demonstrou que os colombianos sem dinheiro não podem acelerar a administração da justiça.
"Essa é uma justiça parcial, que busca resultados às custas dos direitos humanos", disse Luis Abella.
Mas Luis viu Deus o usando. Presidiários entravam e saíam do centro de processo do prisioneiro de Medellín, onde ele foi mantido por duas semanas, enquanto os policiais da prisão transferiam todos os outros prisioneiros dentro de um ou dois dias. Luis disse que ele descobriu uma série de encontros divinos. Apesar de dizer que nunca tinha sido antes um evangelista ativo, ele começou a compartilhar o evangelho com aqueles mantidos com ele, com acusações variando de terrorismo a estupro e assassinato.
Luis perdeu a conta de quantos aceitaram a Cristo como salvador através de seu testemunho; ele estima entre 15 e 18. Depois dos policiais o transferirem para a Prisão Bellavista, ele entrou em contato com muitos dos novos convertidos e os ajudou a se ligarem com o novo ministério de sociedade na prisão.
Mas antes de Luis e sua família poderem continuar com suas vidas, Luis deve visitar cada lugar onde ele esteve encarcerado desde a sua prisão e exigir que sua foto seja retirada de cada arquivo e destruída. "Se eles tiverem esta foto minha, eu terei mais problemas", disse Luis. "De outra forma, qualquer dia da minha vida eles podem me culpar por qualquer outra coisa".
A visita a cada lugar para retirar as fotos pode levar dois meses, disse Luis.
Ele planeja voltar com sua esposa, Daisy Lined Ortiz, e seu filho de 2 anos Luis Fernando, para estudar no seminário de Medellín no próximo semestre, que começa em janeiro. Luis disse que ele deixou seu coração em Bellavista e quer voltar como um voluntário para discipular os prisioneiros. Depois que se graduar, ele e sua esposa querem ministrar como um casal.
O tio de Luis, Ricardo Gómez, testemunhou a batalha de Luis dos Estados Unidos, onde ele está estudando em um seminário evangélico. "Não podemos ajudar, mas queríamos que o homem tivesse aparecido para a primeira identificação da polícia meses atrás, mas não podemos mudar o passado", escreveu Ricardo em um e-mail. "Alguém estava lamentando o ano perdido da vida de Luis, mas quem sabe como Deus usará a experiência desse ano que passou? Uma coisa é certa: Luis provavelmente aprendeu mais do que ele poderia ter aprendido em suas aulas no seminário".
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