Sem poder pagar pelo aluguel do galpão onde funcionava, igreja evangélica realiza cultos debaixo de viaduto
Após a implantação da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) na Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, os imóveis da comunidade acabaram sendo valorizados, como consequência dessa valorização os valores de aluguel foram sendo aumentados pelos proprietários. Com a alta, a Igreja Batista Alfa e Ômega não conseguiu mais arcar com os custos de manter sua sede em um galpão na comunidade, e acabou optando por funcionar debaixo de um viaduto.
De acordo com o pastor Leandro Campos, de 34 anos, por causa do alto custo do aluguel, a sede da igreja foi transferida para o local, que antes era um reduto de usuários de drogas.
- Estamos há 14 anos na comunidade e, desde 2007, funcionamos como igreja. Usávamos um galpão, mas com o fim do contrato, o proprietário aumentou o aluguel, de forma que não pudemos pagar, já que a chegada da UPP valorizou os imóveis. Então, a Administração Regional, da prefeitura, nos deixou usar esse espaço, que era reduto de usuários de drogas. Conseguimos trazer alguns deles para a igreja, mas muitos sumiram – conta o pastor, segundo o site O Dia.
Os cultos da igreja acontecem às quintas e aos domingos, dia em que chega a reunir cerca de 300 fiéis. As celebrações são feitas pelo pastor Leandro e por sua esposa, a pastora Cláudia Cristina dos Santos, de 35 anos, que explica que a maioria dos frequentadores da igreja são jovens que lutam por uma vida melhor, e que enfrentam problemas com álcool e drogas na família.
Apesar de ainda reunir um bom número de fiéis aos domingos, a igreja bem perdendo membros desde que teve que se mudar para debaixo do viaduto. Porém, mesmo com o desconforto do local, os fiéis que permanecem na igreja afirmam que o importante é a mensagem passada nos cultos.
- Importa de verdade a questão espiritual. Vir aqui me faz bem, mas é claro que é desconfortável. Mas a mensagem é o mais importante. E a mensagem passada aqui é de alegria e esperança – diz o comerciário Gérson Moraes, 28.
Aurília Maria Benícia, de 62 anos, conta que enfrenta cerca de 60 quilômetros para frequentar os cultos, e conta que vai à igreja para acalmar seu coração, que ela afirma estar aflito desde que seu filho, Anderson, foi morto em um assalto aos 35 anos.
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