Uma das principais reclamações dos críticos ao processo deimpeachment é o fato de que, caso Dilma Rousseff (PT) perca seu mandato e Michel Temer (PMDB) assuma, o vice-presidente, na prática, passaria a ser o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). E caso o processo avance no Senado, Cunha teria oportunidade de ser presidente do Brasil, de forma interina, por pelo menos quatro vezes até o final do ano.
No próximo mês de junho, em um cenário que o Senado tenha votado pela admissibilidade do processo de impeachment, Dilma estará afastada do cargo, pelo menos temporariamente, se não definitivamente. Então, Temer teria que viajar para a Cúpula do Mercosul, em Assunção, Paraguai, o que obrigaria Cunha a assumir a presidência da República interinamente.
Para muitos, a situação é impensável, dada a quantidade de situações escandalosas a que o nome do deputado federal – integrante da bancada evangélica – está envolvido, mas também é regimental e uma atribuição prevista em lei para o cargo que Cunha atualmente ocupa.
O cenário, porém, é ainda mais amplo, e caso Cunha consiga protelar ainda mais o processo de cassação no Conselho de Ética da Câmara, ele poderia assumir a presidência interina outras três vezes.
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