Um ex-presidiário muçulmano esfaqueou e matou um sapateiro cristão no Cairo, em junho, confessando ter planejado matá-lo porque ele era um "infiel" que tinha feito um comentário que o ofendeu.
Hossam Hafez Ahmad Attaya esfaqueou Fouad Fawzy Tawfik em 27 de junho, enquanto o sapateiro se abaixava para tirar as medidas do pé do muçulmano em sua loja em Zagazig, Sharkeya.
A família de Fouad disse que enquanto Hossam esfaqueava o sapateiro, ele gritou: "Eu quero matá-lo porque ele é um infiel, quero matá-los todos!" Os golpes atingiram os pulmões e o estômago do cristão.
"Meu irmão foi claramente vitimado por ser um cristão", disse ao Compass Noshe Fawzy Tawfik.
Contendo Hossam para que ele não esfaqueasse novamente Fouad Tawfik, as pessoas que estavam no local chamaram uma ambulância. O sapateiro morreu minutos depois, devido à perda de sangue, antes que pudesse chegar ao hospital.
Hossam Attaya admitiu, durante o interrogatório, que tinha planejado o assassinato como resposta a uma brincadeira que Fouad Tawfik tinha feito alguns dias antes, contou ao Compass o advogado Fady Nabyl Labib, que representa a família da vítima. Ele disse que Hossam declarou, durante as investigações oficiais, que estava especialmente irritado com o comentário impensado de Fouad Tawfik, afirmando que "amanhã a América vai invadir o Egito e matar cada um".
Antecedentes criminais
Em 27 de junho, Hossam Attaya visitou a loja de calçados de seu primo, que fica a 50 metros da sapataria de Fouad, e fingir estar interessado em comprar sapatos. O muçulmano pediu que seu primo chamasse Fouad para tirar medidas e então o atacou com uma faca, que trazia escondida.
O advogado contou ao Compass que o caso contra Hossan deve ser levado a uma corte criminal, mas que não foi marcada uma data para a audiência.
Fady Labib e os líderes da igreja de Zagazig estão confiantes de que Hossan será processado, embora não necessariamente pelo fato de o ex-condenado ter confessado sua culpa no interrogatório inicial.
"Se há algum tipo de justiça nessa situação, isso se deve aos seus crimes passados, e não porque ele matou um cristão", disse o padre Daniel Habib, sacerdote da Igreja Copta Ortodoxa Santo Antônio. O funeral de Fouad aconteceu na igreja.
Hossan Attaya é seguidor do islamismo wahhabi, que entende a reprodução de imagens humanas como uma forma de idolatria. O muçulmano foi sentenciado no ano passado por tentar destruir uma antiga estátua de Ramses II, localizada na entrada da Universidade de Zagazig, e por queimar um quadro do presidente egípcio Hosni Mubarak.
Brecha na lei
Os recentes episódios fizeram com que os cristãos coptas egípcios ficassem preocupados com as brechas na lei usadas para absolver os que promovem ataques esporádicos contra membros da comunidade cristã. Estima-se que os cristãos coptas sejam entre 8 milhões e 15 milhões no Egito.
No mês passado, foram abandonadas as acusações contra um muçulmano que, em abril, promoveu ataques a facadas em igrejas de Alexandria, resultando em um fiel morto e dezenas de feridos. As acusações foram deixadas de lado depois que um conselho de psiquiatras atestou que o acusado era mentalmente desequilibrado.
Em Zagazig, os cristãos estão confiantes que Hossan Attaya não será absolvido sob pretexto de insanidade.
"Eles não podem dizer que ele é insano, porque ele já até foi julgado por queimar um quadro de Mubarak", comentou o padre Habib. "Ele não pode ser considerado equilibrado em um minuto e não ser no minuto seguinte".
Duplo padrão
A disparidade entre o tratamento dado pela polícia a Hossam Attaya e o tratamento recebido pelos cristãos suspeitos de assassinato nas proximidades da vila Kafr Salama Ibrahim irritou a liderança da igreja e os advogados.
Certas interpretações das tradições islâmicas exigem que um assassino ou sua família compense financeiramente a família da vítima. A polícia invocou esse pagamento de "resgate de sangue" de forma extrajudicial em dezembro último para prender 11 cristãos, sem julgamento, em Kafr Salama Ibrahim e insistiu que eles pagassem um milhão de libras egípcias à família do muçulmano, o qual eles eram suspeitos de ter matado.
Depois de quatro dias sob custódia da polícia, os cristãos entregaram às autoridades as escrituras das casas de cinco deles como compensação. Esperava-se que os 11 prisioneiros fossem libertados, mas cinco permanecem presos. O caso ainda terá uma audiência na corte criminal de Masoura.
Os advogados envolvidos no caso de Kafr Salama Ibrahim concordam que os cristãos foram coagidos a aceitar o acordo extrajudicial.
Injustiça
Embora o artigo 2º da Constituição do Egito designe a lei islâmica sharia como base para o sistema legal do país, ele não dá à polícia o poder de impor veredictos islâmicos sobre cidadãos sem garantir que eles tenham um julgamento justo.
"Depois que Fouad Tawfik foi morto, pedimos a compensação como no caso de Kafr Salama", disse o padre Habib. "A polícia nos disse: 'Tudo bem, as famílias da vítima e do assassino devem sentar e tentar um acordo'. Mas, logo tudo foi esquecido e nenhuma compensação foi dada".
Os advogados cristãos estavam céticos de que houvesse qualquer recurso legal para conseguir o mesmo tipo de acordo extrajudicial que, segundo eles, a polícia impôs unilateralmente aos cristãos de Kafr Salama Ibrahim.
O padre Habib observou: "A injustiça se mostra em como a polícia agiu diferentemente nesses dois casos. Em Kafr Salama eles recorreram à lei islâmica, mas nessa situação (o assassinato de Fouad Tawfik), isso foi apenas uma sugestão".
Com a morte do marido, Abeer Magdy Mekaye, esposa de Fouad, enfrenta agora o desafio de criar, sozinha, seus dois filhos pequenos.
"Eu quero ser uma boa mãe e ajudar meus filhos a crescerem em um lar cristão e a conhecer sua fé", disse a mãe de Batul, de 6 anos, e de Fawzy, de 3 anos. "Preciso da ajuda de Deus, porque tenho problemas na coluna e na perna. Por favor, ore pelo meu restabelecimento físico e para que eu me recupere da perda do meu marido".
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