Ao analisar materiais que acabara de receber do Vietnã, um pesquisador encontrou uma prova conclusiva mostrando que os direitos religiosos ainda são restritos naquele país do sudeste Asiático, apesar das alegações oficiais em contrário.
O pesquisador encontrou por acaso a cópia do pedido dos documentos de residência de uma família cristã da minoria Hre da província de Quang Ngai. O pedido foi devolvido ao solicitante com um carimbo oficial sobre as palavras: O Comitê do Povo da comuna recomenda que somente quando o solicitante assinar um compromisso retratando-se de sua religião, consideraremos a concessão de residência oficial.
A declaração, datada de 4 de agosto de 2003, aparece no documento que leva o carimbo da comuna de Son Thuong e assinada pelo vice-presidente da comuna, Dinh Tran Bem.
Seria impossível ter uma manifestação mais clara de discriminação contra a fé cristã do que esta, disse à Portas Abertas o pesquisador, que pediu para permanecer anônimo.
O que torna isso ainda mais pungente é que essa recusa em conceder documento de residência a uma família acontece depois de seis anos de brutal perseguição à família de Dinh Minh Hoang e de várias tentativas anteriores para forçá-la a desistir do cristianismo.
Junto à solicitação e à incriminadora resposta do governo, os pesquisadores conseguiram um testemunho detalhado das experiências da família Hoang desde 1997, quando eles se tornaram crentes evangélicos. Assinado por Hoang e por outros quatro cristãos que serviram como testemunha, o relato detalha vários abusos. Os incidentes estão cuidadosamente datados e os oficiais que os praticaram estão identificados.
A lista de maus tratos incluem vários julgamentos de tribunais populares onde Hoang foi humilhado e espancado; pelo menos quatro mudanças forçadas de residência, e prisão sem acusações ou julgamentos. Ele e a esposa foram forçados a beber sangue de porco em uma cerimônia animista e sua casa foi invadida. Seus filhos foram espancados e Hoang passou por inúmeros interrogatórios. Por duas vezes, os oficiais ordenaram que sua casa fosse queimada.
Em outro incidente, Hoang recorda ter sido convocado pelas autoridades no dia 16 de maio de 2002. Ele disse que todos os líderes do vilarejo e veteranos de guerra estavam lá. Antes de começarem o interrogatório, os oficiais beberam até ficar completamente bêbados.
Eles perguntaram à minha esposa e a mim se já estávamos prontos a abandonar nossas convicções religiosas. Minha esposa, Dinh Thi U, respondeu: 'Não!' Eu, Dinh Minh Hoang, respondi: 'Não'. Então eles espancaram a mim e minha esposa até haver sangue por toda parte. Apesar disso, minha e esposa, eu e meus filhos mantivemos fielmente nossa fé no Senhor e pedimos a Ele que nos ajudasse e curasse nossos ferimentos.
Hoang contou que no dia 6 de julho de 2002, as autoridades da comuna e do distrito, militares e oficiais de polícia se reuniram para tomar uma ação contra ele.
O Sr. Cao Trong Tin, secretário do distrito de Son Tay, e o Sr. Dinh Van Quang, do distrito de polícia de Son Tay ordenaram que minha casa fosse queimada. Ela foi queimada completamente - não restou nada. Enquanto queimavam a nossa casa, eles aplaudiam: 'Queimem a casa! Queimem a casa! Essa é a religião cristã que causa problemas e quer derrubar o governo'.
Depois que a nossa casa foi queimada não restou nada - absolutamente nenhum bem ou utensílio doméstico. Então, dois deles, Dinh Van Cung e Dinh Van Vo, perguntaram novamente à minha esposa e a mim se estávamos prontos a abandonar nossa fé.
Eu, dinh Minh Hoang, respondi: 'Absolutamente não. Não vou abandonar minha fé em Deus. Minha família é crente há seis anos e isso não teve influência (negativa) sobre o Partido, sobre as pessoas ou sobre mim mesmo. Eu, minha esposa e meus filhos preferimos aceitar a morte do que abandonar o Senhor'.
Dinh Van Vo, cadre da comuna e sub-comandante da milícia local, incitou jovens assassinos a nos expulsarem e não deixarem vivermos mais na comuna de Son Tinh. Assim, voltamos para um pedaço de terra na comuna de Son Thuong, terra natal da minha esposa.
Mas o cadre da comuna de Son Thuong também não nos deixou ficar lá e construir uma casa. Eles não nos deixaram ter qualquer terra. Até agora, não temos casa e não nos foi concedido documento de residência.
O Sr. Hoang conclui seu testemunho apelando a Deus e aos cristãos de toda parte que por favor, ajudem-nos em amor.
O Vietnã continua sistematicamente negando a ocorrência de incidentes bem documentados de perseguição religiosa. Em julho, a Freedom House publicou detalhes do espancamento e morte de um líder cristão Hmong na província de Ha Giang, no norte, no dia 1 de outubro de 2003.
De acordo com um artigo de 6 de outubro no Bangkok Post, o Ministério dos Assuntos Exteriores do Vietnã insistiu a um repórter da AFP em Hanói que perguntou a respeito da história de que o homem assassinado, Sr. Vang Seo Giao, tinha-se afogado quando atravessava um córrego à noite, bêbado.
Portas Abertas conseguiu uma entrevista gravada na qual o irmão do homem assassinado, Van Seo Su, descreve cm clareza a morte. Su detalha também várias tentativas feitas pelas autoridades durante um período de tempo de fazer com que seu irmão, um influente líder cristão, abandonasse o cristianismo.
Giao era ex-membro do Partido Comunista, convertido ao cristianismo.
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