Os pais de Eidy Rodriguez-Gamboa foram assassinados no dia 24 de abril de 2009, em La Esmeralda, Arauca, Colômbia. Quatro meses depois dessa experiência traumática, ela foi recebida na Casa Abrigo Visão Ágape, mantida pela Portas Abertas Internacional.
Com todos seus bens uma mala pequena, e acompanhada pelos avós paternos, Jaime e Maria del Carmen, essa pequena garota de 9 anos chegou à Casa na noite de 19 de agosto. Ela veio cheia de expectativas e com o desejo de aprender a tocar um instrumento musical.
Em sua casa, Eidy deixou cerca de 300 cartas endereçadas a ela e postadas em diferentes partes do mundo. Quando chegou à Casa, muitas outras cartas a esperavam.
“Nosso pastor nos ajudou a ler as cartas que estavam escritas em português, e um garoto que fala inglês me ajudou a ler as outras”, disse Eidy.
A tragédia de ter os pais assassinados em sua própria casa não deixou Eidy desesperada. Isso aumentou seu desejo de crescer e aprender. Um brilho nos olhos dela é prova de uma alegria difícil de explicar.
Enquanto as pessoas esperam vê-la chorando, lamentando a perda horrível que teve, ela prefere falar sobre as coisas aprendeu na igreja e sobre os diferentes missionários cujas fotos vê no boletim de informação. No entanto, ela sabe que nunca mais poderá ver seus pais, e isso a entristece.
"Não gosto quando minha vó começa a falar comigo sobre meus pais porque ela começa chorar e eu acabo chorando também. Quero aprender a tocar piano ou violão. Quero voltar à minha igreja e ensinar canções e danças novas às outras crianças", Eidy comentou.
Eidy parece tentar suprimir as recordações de sua perda dela a fim de conter a dor que está sentindo. Jaime, o avô, disse: “O coração de Eidy precisa se curar. Ela tenta não lembrar o que aconteceu aos pais, e chora ao pensar que nunca os verá novamente. Nem a igreja e nem nós sabemos como ajudar Eidy. Nosso pastor é muito amável e gentil, mas não há ninguém agora que possa nos ajudar a aliviar essa grande dor em nossos corações".
A adaptação à Casa Abrigo
Adaptar-se à vida na Casa Abrigo foi fácil para ela. Em menos de um mês ela já fez muitos amigos.
No dia em que ela chegou, Eidy conheceu Nelson e Pedro, dois irmãos que também moram lá. A família deles vivem na mesma cidade em que Eidy vivia.
"É tão bom para ver estes dois meninos aqui", disse Maria del Carmen. "Eles são dois jovens muito especiais e eu estou certa de que eles ajudarão Eidy a se adaptar."
O avô de Eidy ficou contente por ela ficar na Casa Abrigo. "Aqui você pode respirar um ar tranquilo e sentir a presença de Deus. Agradeço esse presente… Ela aprenderá muitas coisas aqui e, se Deus quiser, não será como os avós, que não sabem ler ou escrever. Tudo o que sabemos são os números e como somar e subtrair", disse ele.
Antes de levar Eidy à Casa Abrigo, Maria del Carmen teve de pedir permissão da vara familiar. Depois da morte de José e Emilse, os pais de Emilse aceitaram que os pais de José ficassem com a custódia de Eidy, de sua irmã Âmbar (2) e o pequeno José (6 meses).
Apesar da custódia, Maria del Carmen e Jaime ainda precisam informar a vara Familiar de qualquer atividade extraordinária que fazem com as crianças.
Os avós paternos agradecem a ajuda que estão recebendo da Casa Abrigo. "Para nós é muito difícil cuidar de três crianças. Os avós maternos não nos ajudaram, e meus outras filhos não têm condições de nos ajudar”, disse Maria del Carmen.
"Sentimos como se todos os irmãos da Portas Abertas estivessem cuidando de nós. Recebemos cartas atrás de cartas que nos fizeram chorar de alegria ao pensar que tantas pessoas nos amam. Uma das coisas que mais me impressionaram é a variedade de versículos que as pessoas escreveram para nos encorajar em tempos de grande necessidade. O amor que sentimos só de tocar algumas cartas foi grande… Também oramos para que aqueles que escreveram sintam o amor de Deus da mesma maneira que sentimos", disse Jaime.
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