Bruno Quadros, ex-Fla, freqüenta igrejas evangélicas enquanto atua na Segundona do país.
Todos dizem que quando um jogador vai atuar no futebol japonês ele se esconde do mundo da bola. E, pior ainda, se for para jogar na Segundona. Esse é o caso do zagueiro Bruno Quadros, ex-Flamengo, Cruzeiro, São Caetano e Guarani, que, depois de uma passagem de duas temporada na J-League (Primeira Divisão) defendendo o Cerezo Osaka, está agora na J-2, onde atua pelo Consadole Sappore. Mas não pense você que o brasileiro está amargurado, pelo contrário. Além da estrutura do país, a manutenção da fé, mesmo do outro lado do mundo, o ajudam a seguir no Oriente.
Evangélico, o zagueiro, de 30 anos, logo encontrou uma Igreja e, de quebra, conseguiu reunir outros companheiros brasileiros que atuam no país.
– Quando jogava no Cerezo, congregava em Osaka na Igreja Evangélica Aliança, cujo pastor era um americano. Eu ia com jogadores do Cerezo, do Gambá (Nota: outra equipe da mesma cidade), do Kyoto Purple e do Vissel Kobe. Tinha cultos na terça, naquarta e na quinta. E, ainda, tinha reuniões para o estudo da bíblia na minha casa. Isso ajudou muito na minha adaptação – revela Bruno Quadros que, mesmo não morando mais em Osaka, visita quando pode a antiga Igreja.
– Mas, de todo modo, em Sapporo freqüento uma Igreja chamada International Christian Fellowship Church. A pregação é em inglês, mas a esposa do pastor traduz para japonês e um outro pastor, que é argentino, traduz para o português para mim – ressalta Bruno, revelando também que, ao contrário do Brasil e outros países menos desenvolvidos, o futebol em divisões inferiores no Japão é de alto nível.
– A estrutura aqui é impressionante, os estádios estão quase sempre cheios e, por sinal, são estádios de Copa do Mundo. O nosso estádio é coberto (Sapporo Dome), e, por isso, o gramado fica do lado de fora e, seis horas antes do jogo, ele entra – afirma Bruno, em entrevista, via MSN, ao GLOBOESPORTE.COM. O Sapporo Dome recebeu três jogos da Copa do Mundo de 2002, que foi realizada por Japão e Coréia do Sul.
Por essas e por outras, Bruno, que tem contrato até janeiro de 2008 com o Consadole – atual líder da J-2 -, afirma que está mais ambientado à cultura japonesa sendo que, inclusive, sua primeira filha, Ester, nasceu em solo nipônico.
– Eu falo e me comunico sem problemas, mas ainda não consigo assistir TV, pois é um pouco complicado. Mas minha mulher (Cíntia) já faz tudo isso. Não sei ainda o que vou fazer quando acabar o meu contrato. Deus é que guia o meu destino, mas penso em seguir aqui – observa Bruno que, apesar de toda a fé, não arrisca dizer se vai querer trocar as chuteiras pela vida de pastor quando encerrar a carreira.
– Se Deus me direcionar pra isso, amém. Relação com Jesus Cristo terei sempre. Gosto do futebol e é a minha profissão. Mas estarei sempre ligado a Igreja.
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