A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) apresentou dia 23 de Novembro, o Relatório 2010 sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, que analisa a situação de 194 países entre Janeiro de 2009 e os primeiros meses deste ano.
A versão portuguesa é apresentada na Biblioteca da Igreja de S. Nicolau (Chiado), Lisboa, pelas 16h00.
A publicação, com mais de 500 páginas, registra os casos mais dramáticos no período estudado em várias nações onde a liberdade de culto é negada das maneiras mais violentas e nas quais os crentes são perseguidos, em alguns casos até à morte.
No Iraque, por exemplo, a violência anticristã não parou em 2009 e na primeira metade de 2010, com momentos de “real perseguição”. “Grupos armados entram em bairros onde vivem os cristãos e matam indiscriminadamente toda a gente que se atravessa no seu caminho”, declarou Mons. Philip Najim, representante da Igreja Caldeia na Santa Sé.
O Paquistão é outro dos pontos críticos e mais mediáticos: em 19 de Julho de 2010, Rashid Emmanuel e Sajid Masih Emmanuel, dois irmãos cristãos que estavam a ser julgados depois de serem acusados de blasfêmia, foram mortos a tiro à saída do tribunal.
Outras situações registradas arrastam-se no tempo: no Egito, durante os últimos trinta anos, foram assassinados cerca de 1800 cristãos e foram perpetrados cerca de 200 atos de vandalismo contra propriedades destas pessoas, sem que ninguém fosse levado perante um tribunal.
O estudo assinala que a perseguição religiosa aumenta em todo o mundo e fala em graves limitações à liberdade de culto e de consciência, para além de limitações legais à liberdade religiosa e episódios de repressão legal.
Quanto a Portugal, assinala-se que as relações com a Igreja Católica são reguladas pela Concordata de 2004. Com as restantes confissões religiosas, a Lei da Liberdade Religiosa, de 2001, prevê a possibilidade de o Estado celebrar acordos diferenciados. Até Julho de 2010, tinha sido atribuído o estatuto de “confissão religiosa radicada” a 48 igrejas ou grupos religiosos diferentes.
O Relatório foi compilado com o apoio de um grupo de investigadores, acadêmicos e jornalistas que agregaram e tornaram disponível informação derivada principalmente de fontes internacionais, de relatórios de vários grupos religiosos diferentes e de depoimentos de testemunhas nos locais.
As estatísticas indicadas são obtidas a partir de uma variedade de fontes que foram escolhidas com base na sua credibilidade e integridade.
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