Após as declarações do ex-ministro do PT, José Dirceu, sobre os evangélicos, que, para ele, prestam um “desserviço” à democracia, a Frente Parlamentar Evangélica se pronunciou, através de seu presidente, deputado João Campos (PSDB-GO).
Campos afirmou em entrevista concedida ao site da CPAD News que a democracia é importante para o país, por isso é valorizada: “Nós, evangélicos, valorizamos a democracia porque ela garante a livre manifestação de expressão, garante a opinião das pessoas. Não abrimos mão desse direito e respeitamos quem o exerce”.
Em uma crítica direta ao histórico de José Dirceu, ex-ministro e ex-deputado cassado por acusação de envolvimento com o mensalão, Campos afirmou que “responder a alguém cuja moral foi manchada por ser o líder da maior quadrilha da república brasileira, o mensalão, nem se faria necessário. Mesmo assim, não abrimos mão do debate. Quando nos posicionamos contra o ‘kit gay’ e contra o aborto, não se trata de sermos preconceituosos, mas, sim, de defendermos e zelarmos pelos nossos conceitos bem formados em favor da sociedade”.
O deputado afirmou ter dúvidas sobre as declarações de Dirceu, dizendo que “ou ele não sabe o que diz ou quer fugir do debate”. Para João Campos, o artigo do ex-ministro “é uma forma de tentar antes nos desqualificar, colocando sobre nós uma imagem que não temos, para então prevalecer a sua ideia. Se existe uma coisa que sabemos fazer é exercer a dialética, é estabelecer o contraditório, é enfrentar a crítica, mas fazemos isso tudo a partir do argumento – o que, pelo que vejo no Jose Dirceu, ele não tem capacidade”, criticou o deputado, que emendou: “Chamar os evangélicos de chantagiosos (sic) que exercem violência é uma impropriedade sem tamanho”.
Lembrando da influência que Dirceu possui dentro do PT, sendo considerado um dos homens mais fortes do partido, ao lado do ministro Gilberto Carvalho, João Campos demonstrou preocupação com as propostas do Partido dos Trabalhadores para o Brasil: “Como ele é um dos formadores do pensamento do PT no Brasil, acho que nós evangélicos precisamos parar e refletir no que ele está dizendo. Precisamos refletir no que o PT pensa e propõe para o nosso país”.
Após suas considerações sobre José Dirceu, o deputado João Campos falou mais especificamente sobre as declarações em que ele chama os evangélicos de preconceituosos e afirmou que os evangélicos não podem deixar de marcar posição no debate sobre temas que vão de encontro com os princípios cristãos.
“Nós, evangélicos, não temos ‘preconceito’. Um dos fundamentos do cristianismo é justamente a igualdade, a não discriminação. Essa é a nossa formação, a formação do nosso caráter. Agora, nós temos conceitos, nós temos opinião, concepções, compreensões como a de valorização da vida, o que nos faz lutar contra o aborto, por exemplo. Portanto, nós temos o direito, que está assegurado pela Constituição brasileira, de nos expressar”.
O presidente da Frente Parlamentar Evangélica ainda ressaltou a importância dos evangélicos para a sociedade, a quem classificou de um dos “segmentos mais organizados da sociedade” e afirmou que a opinião de José Dirceu demonstra má fé: “A abordagem de Zé Dirceu, quando nos classifica como preconceituosos, é de má fé e distorcida. Exatamente para tentar desqualificar o segmento evangélico como se nós fôssemos pessoas menos preparadas, com menos escolaridade, que têm menos percepção da sociedade e da realidade social. Coisa que não é verdade, muito pelo contrário. Esse cidadão é que tem um profundo preconceito para com um dos segmentos mais organizados da sociedade brasileira e dos mais conscientes do seu papel. Nós, evangélicos, sabemos o quanto podemos contribuir para o Brasil, para a sociedade, e estamos fazendo isso ao longo da nossa história, sem nenhum custo para o governo – coisa que José Dirceu não fez. Ao contrário, liderou uma organização criminosa para desviar dinheiro público. Essa é a grande diferença do povo que o José Dirceu chama de preconceituoso. Isso é lamentável”, concluiu o deputado João Campos, presidente da Frente Parlamentar Evangélica.
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