Todos os símbolos apresentados no Antigo Testamento, desde as peças que compuseram o Tabernáculo até a prática dos diversos rituais, apontavam para uma única direção — Jesus Cristo. Isso é o que explica o pastor e teólogo Magno Paganelli em seu novo livro “Introdução ao Estudo da Tipologia Bíblica”, publicado pela Geográfica Editora.

Em entrevista ao Guiame durante a 5ª edição da FLIC, o teólogo explica que as figuras apresentadas no livro de Levítico podem até mesmo resgatar a riqueza que existe por trás do plano de salvação. “Todos os símbolos do Antigo Testamento, as peças e o mobiliário do Tabernáculo, tudo isso tem uma significância que encontra a plenitude de seu sentido na pessoa de Jesus”.

Mestre em Ciências da Religião, Magno aponta que os símbolos são importantes em todas as religiões. “Existem três componentes comuns em todas as religiões: os ritos, os mitos e os ditos, que são as falas de sabedoria. Os ritos são fundamentais, mas eles precisam ter o entendimento para o que ele aponta”, explica.

“Nós repetimos o rito da santa ceia, por exemplo. Hoje, para a nossa compreensão, vale o que Jesus disse: ‘Façam isso em memória de mim’. É um ritual que, em si, tem uma finalidade — a rememoração de um outro evento, a morte de Jesus. Se o fiel não tem uma compreensão plena do que significa isso, para ele é só mais um ritual”, acrescenta.

O pastor afirma que não faz sentido realizar nenhum tipo de ritual, pois Jesus é o cumprimento de todos eles. “Na pessoa de Jesus você encontra o fim dos rituais, o fim da religião. Você não precisa tomar nenhuma medida, executar nenhum passo, porque a apropriação do que Jesus fez por nós acontece por meio da fé”, afirma Magno.

“Caso a pessoa não tenha fé, ela não tem a verdadeira religião de Jesus. Se ela sobrevaloriza os rituais, ela não entendeu o que Jesus fez ainda. O cristianismo não faz sentido com os rituais, ele faz sentido com os relacionamentos. Se você não tiver um relacionamento com Jesus — uma pessoa que está viva e está conosco hoje —, você é só mais um religioso”, pontua o teólogo.