Em pelo menos dez estados americanos há propostas de lei para permitir, incentivar ou exigir a leitura da Bíblia nas escolas, gerando polêmicas e debates na sociedade.
A justificativa dos projetos citam a importância do Livro Sagrado para a cultura e história dos Estados Unidos, levando os estudantes a resgatarem os valores tradicionais que tornaram aquela nação uma das maiores e mais poderosas do mundo.
Críticos desses projetos afirmam que eles violam a Constituição por não respeitar a separação entre igreja e Estado e se mostram preocupados com o proselitismo religioso, pois alunos não-cristãos se sentiriam excluídos.
Mas para a vice-presidente de Políticas Públicas da organização sem fins lucrativos Americans United for Separation of Church and State (Americanos Unidos pela Separação entre Igreja e Estado), Maggie Garrett, os projetos visam apenas ensinar religião nas escolas, por isso sua instituição luta contra a aprovação dessas leis.
“Essas propostas são descritas como ensino da Bíblia como literatura, como um curso secular. Mas nós sabemos, pela linguagem usada pelos autores e apoiadores desses projetos de lei e por experiência, que o objetivo real é ensinar religião em escolas públicas”, afirma Garrett em entrevista à BBC News Brasil.
O que dizem os apoiadores
Enquanto isso, muitos apoiadores afirmam que há muitas escolas em áreas rurais onde quase todos os moradores são cristãos protestantes e acham positivo a inclusão do estudo bíblico nas salas de aula.
O deputado estadual da Flórida Mike Hill, do partido Republicano, é autor de uma proposta para que as escolas de Ensino Médio tenham cursos eletivos e obrigatórios sobre a Bíblia em todo o estado.
“A Bíblia está repleta de sabedoria. E acho que ninguém pode negar que precisamos de sabedoria nas nossas escolas e no discurso público atualmente”, diz Hill à BBC News Brasil. Ele entende a importância do cristianismo na fundação dos Estados Unidos e crê que é importante ensinar esses valores para retomar à fundação do país.
“O fato de sermos uma nação cristã não significa que vamos forçar todos a serem cristãos. É exatamente o oposto. Nós toleramos todas as religiões”, diz ele negando que seja uma proposta que viola a Constituição.
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