Quando Jair Bolsonaro venceu as eleições, Benjamin Netanyahu disse pelo Twitter: “Estou certo de que sua eleição levará a uma grande amizade entre nossos povos e um fortalecimento dos laços entre Brasil e Israel. Estamos esperando por sua visita a Israel.” Porém, o primeiro-ministro israelense é quem fará a visita antes.
A confirmação da aliança entre Brasil e Israel deve acontecer oficialmente em 1º de janeiro de 2019, na posse do presidente Jair Bolsonaro, da qual o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu participará. “Vou me encontrar com o presidente eleito do Brasil, que disse que realizará uma revolução nas relações do Brasil com Israel", disse ele.
O mote da relação estreita entre os dois países será a transferência da embaixada brasileira para Jerusalém, cidade que passa a ser reconhecida pelo Brasil como capital de Israel.
A presença de Netanyahu no Brasil é bastante significativa, interna e externamente, já que será o primeiro premiê israelense a visitar o Brasil em 70 anos de criação do estado de Israel. A programação inclui cerimônias no Palácio do Planalto, reuniões no Ministério das Relações Exteriores e visita ao Congresso Nacional.
A relação bilateral não deve ficar apenas na decisão política da transferência da embaixada. Programado para permanecer no Brasil cinco dias, onde também se encontrará com líderes judaicos locais, Netanyahu deve participar de conversas com o novo governo para estabelecer outras cooperações, como a transferência de tecnologia agrícola para o nordeste brasileiro. O tema foi promessa de campanha de Bolsonaro.
Em entrevista à imprensa, Netanyahu teceu elogios ao Brasil. “Não se trata apenas de um outro país - embora todos os países sejam importantes - é um país com quase um quarto de bilhão de pessoas, uma superpotência. E eles estão mudando suas relações com Israel de um extremo ao outro, inclusive sobre a questão de Jerusalém”.
Brasileiros e judeus
Entre os brasileiros, a transferência da embaixada brasileira para a capital de Israel é apoiada principalmente pelos cristãos evangélicos. Promessa de campanha de Bolsonaro, o anúncio da ação recebeu apoio da imensa maioria dos evangélicos no Brasil. O tema é muito caro aos cristãos que seguem a Bíblia, onde a importância de Jerusalém – cidade fundada pelo rei Davi – se dá em diversas passagens, sendo inclusive citada como capital eterna de Israel.
A comunidade judaica do Brasil também recebeu a notícia da visita de Netanyahu como perspectiva de aquecer os laços entre os dois países. “A comunidade judaica brasileira vê sinais promissores na relação bilateral entre o Brasil e Israel nos próximos anos", disse Fernando Lottenberg, presidente da Confederação Israelita do Brasil.
Para a grande maioria dos israelenses há consenso sobre a importância do reconhecimento de governos internacionais de Jerusalém como sua capital.
A ligação entre Brasil e Israel se dá desde 1947, quando da criação do Estado de Israel. Naquela ocasião, o diplomata brasileiro Osvaldo Aranha presidiu a sessão especial na ONU (Organização das Nações Unidas) e apoiou, com seu voto favorável, a criação do estado de Israel, que foi fundado no ano seguinte. O fato é tão importante que em Jerusalém, uma praça foi batizada com o seu nome.
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