Tendo chegado o último mês do ano, os cristãos na Indonésia antecipam com alegria o dia do nascimento do seu Salvador.
Enquanto a maior parte de igrejas está ocupada com os detalhes finais de suas festividades, outras se perguntam se poderão, de alguma forma, comemorar o Natal, já que seus templos foram interditados.
Tal é o caso da Igreja Batista em Bekasi, Java Ocidental. No dia 21 de novembro, funcionários locais exigiram que ela cessasse todas as atividades religiosas e restaurasse s função original do prédio que ocupava – aquele era um ponto comercial.
“Não sabemos o que fazer, ou que dizer à nossa congregação. Realmente fomos pegos de surpresa”, disse o chefe do departamento de missões, Bagus Widyatmo.
Além da Igreja Batista, mais 30 igrejas enfrentaram problemas semelhantes em 2008. Elas tiveram sua licença de funcionamento revogada, algumas foram fechadas e outras, demolidas.
A razão do fechamento varia de “falta de permissão para cultuar” a discussões sobre terrenos.
Em comparação com 2007, há pouca melhora.
Uma década de turbulência
O fechamento de igreja, muitas vezes instigados por muçulmanos fundamentalistas e executado por funcionários do governo, tem sido um problema contínuo.
Durante os 63 anos da vida do país como Estado independente, foram registrados 1.140 incidentes contra igrejas protestantes e católicas. Desses casos, 60% se deu nos últimos dez anos. O restante ocorreu esporadicamente nos 53 anos anteriores, antes do governo de Suharto.
“Lei e ordem foram mantidas com o ex-presidente Suharto”, disse o Presidente do Fórum de Comunicação Cristão de Jacarta, Theophilus Bela.
Suharto liderou um regime tirânico a partir de 1967 até que um golpe de estado, conduzido por universitários, o forçasse a abdicar em 1998.
“Mas no período pós-Suharto (Era da Reforma), a segurança interna sofreu. Muitas vezes, em incidentes envolvendo igrejas, as forças de segurança ficavam paradas, sem evitar o fechamento.”
Esse período de dez anos também deu lugar ao conservadorismo islâmico na Indonésia.
“As incertezas sociopolíticas, a turbulência econômica, a fraqueza do Estado fraco e a falta da aplicação da lei causaram o crescimento do radicalismo islâmico”, disse Syafi’i Anwar, diretor do Centro Internacional para o Islamismo e Pluralismo.
Conseqüentemente, a intolerância e a hostilidade religiosa contra cristãos aumentaram. Por causa da frágil aplicação da lei, grupos fundamentalistas islâmicos tomavam a lei em suas mãos, acreditando que serviam tanto à lei civil como à religião, fechando igrejas sem permissões.
Falhas na aplicação da lei
O governo atual é condenado por aprovar leis que reduziram a liberdade religiosa de grupos minoritários. O Decreto Ministerial Conjunto de 2006, que exigiu a licença para se construir um templo, é um exemplo de tais leis.
Para obter a licença, uma congregação deve ter pelo menos 90 pessoas, adquirir a aprovação de 60 vizinhos de religiões diferentes, obter o consentimento das entidades locais e receber a recomendação de um corpo inter-religioso de local (chamados FKUB).
Embora as exigências tenham sido atendidas, igrejas ainda lutam para receber a licença, muitas vezes por causa da burocracia corrupta do governo.
A congregação Filadélfia, da Igreja Protestante Cristã de Batak, se reuniu em diferentes casas na cidade de Bekasi, Java Ocidental, nos últimos oito anos.
“Temos mais de 100 membros e o consentimento de 400 vizinhos muçulmanos. Mas, há sete meses, o governo retém nossa licença”, disse o pastor Palti Panjaitan.
O responsável se recusou a processar o pedido de licença porque faltava a recomendação do FKUB. O FKUB, entretanto, não pode dar sua indicação porque a igreja não tinha “propriedades nem escritório”.
Incapaz de construir um templo, a igreja continuou os cultos nômades. No dia 22 de novembro, as autoridades interditaram três dos seus lugares de culto. Duas escolas dominicais e outras atividades religiosas além dos cultos de domingo foram interrompidas.
Olhando adiante
Outros fatores contribuíram para os freqüentes ataques à Igreja na Era da Reforma.
Os conflitos religiosos em Ambon e Poso, de 1999 a 2002, e cenas de igrejas em chamas foram provocados pela instabilidade sociopolítica. Mais de 200 igrejas foram incendiadas e destruídas.
Embora ambos os conflitos tenham cessado, ainda ocorrem confrontos entre as comunidades cristã e muçulmana.
Em dois incidentes neste ano que deixaram mais de mil desabrigados, quatro igrejas nas Ilhas Molucas foram reduzidas a cinzas, depois que homens armados invadiram duas aldeias predominantemente cristãs.
Todavia, nem tudo está perdido. “Ainda há forças de segurança que protegem a Igreja. Os meios de comunicação de massa desempenham um papel estratégico em defendê-la, e o diálogo inter-religioso com muçulmanos, até com os mais radicais, diminui a tensãoem certas situações”, explicou Theophilus.
A Igreja pode esperar por fechamentos esporádicos em 2009, segundo Theophilus. Mas a Indonésia tornou-se estável, uma vez que caminha mais firmemente em direção à democracia.
“As igrejas foram grandemente perseguidas porque há dez anos uma enorme crise financeira deixou o país caótico. Mas, agora, temos uma economia e uma democracia mais fortes”, disse ele.
Mas até que os cristãos possam construir templos sem burocracia e corrupção na Indonésia, as igrejas devem celebrar o Natal com alegria em meio às provações.
“Encontraremos um modo de celebrar esse dia especial”, disse Bagus Widyatmo. “Ore por nós.”
Pedidos de oração:
1. Ore por um Natal pacífico e significativo, tanto para os cristãos como para seus vizinhos muçulmanos. Ore para que o amor de Cristo seja manifestado pela vida de nossos irmãos durante essa época.
2. Interceda pelas igrejas que lutam para receber a licença para construir seu templo e realizar outras atividades. Peça o Senhor o favor dos funcionários locais, do grupo inter-religioso e dos vizinhos não-cristãos.
3. Suplique pelas mil famílias de duas aldeias cristãs nas Ilhas Molucas que foram queimadas neste ano. Pela o encorajamento do Senhor para eles, especialmente durante o Natal, que pode deixar seus corações ainda mais tristes. Peça que de Deus os sustente também.
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