A Comissão Eleitoral da Índia anunciou as datas em novembro e dezembro para as eleições das assembléias locais em cinco Estados. O anúncio estimulou nova intensidade às campanhas políticas - e uma crescente divisão nos meios religiosos no momento em que os políticos usam o assunto da religião para ganhar votos.
As eleições foram realizadas em Mizoram, no noroeste, em 20 de novembro. Delhi, Rajasthan, Madhya Pradesh e Chhattisgarh realizaram suas eleições no dia 1 de dezembro.
Uma reportagem do Asian Age, de 20 de outubro, comentou a crescente atividade religiosa de políticos às vésperas das eleições. Membros do partido governante, o Partido Bharatiya Janata (PBJ) intensificaram suas visitas aos templos nas últimas semanas. Os principais ministros do Partido do Congresso, Digvijay Singh, de Madhya Pradesh, Ajit Jogi, de Chhattisgarh e Ashok Gehlot, de Rajasthan, também visitaram templos hindus nas últimas semanas, aparentemente para refutar a alegação do PBJ que eles são anti-hindus.
Na verdade, Ajit Jogi é cristão, apesar de algumas pessoas da comunidade cristã acreditarem que sua crença é apenas nominal. Outros, que têm fama de serem cristãos, são Sonia Gandhi e A.K. Antony, ministro chefe de Kerala.
O PBJ já usou a controvertida questão da conversão e do código civil uniforme para dividir as pessoas no campo religioso.
Um dos principais pontos de controvérsia é o local do templo Ayodhya, reivindicado tanto por comunidades muçulmanas como hindus. A mesquita Babri Masjid, construída nesse local foi destruída pelos hindus em 1992, dando início a uma onda de nacionalismo hindu que levou o PBJ ao poder.
O PBJ capitalizou o evento realizando cerimônias hindus no terreno Ayodhya como parte de sua atual campanha política. As cerimônias foram realizadas apesar de seguidas decisões judiciais relacionadas à propriedade do local.
Foi também organizada uma procissão religiosa para Chhattisgarh, a ser liderada pelo principal candidato ministerial, Dilip Singh Judeo. Judeo é muito conhecido por seus programas hindus de reconversão. O principal objetivo desta procissão parece ser levantar a questão da conversão forçada de povos tribais ao cristianismo.
Em mais de uma dúzia de assentos tribais, a minoria ou os eleitores tribais representam mais de 5% do eleitorado total. Esses eleitores não apoiam o PBJ devido à posição do partido contra as minorias - particularmente as minorias cristãs. Numa disputa acirrada, esses eleitores minoritários podem virar o resultado das eleições.
O PBJ, que considera os cristãos como partidários ferrenhos do Partido do Congresso, expulsou recentemente três missionários de Chhattisgarh por suposta violação das normas de imigração. Os três trabalhavam com o povo tribal da região há mais de 50 anos.
Um dos expulsados, um missionário belga de 90 anos, viveu e trabalhou na área durante mais de 60 anos. Isso fez com que perdesse ainda mais o apoio dos eleitores da minoria da região.
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