A polícia invadiu a mesquita Juma durante as reuniões de oração na noite de 4 de julho e prendeu o imã Adil Huseinov e três outros membros da comunidade quando eles estavam em momento de oração. Assim que o imã Huseinov começou a liderar a comunidade em oração a polícia invadiu e o agarrou pelos dois braços e o levou para fora em direção a um veículo, disse ao Forum18 no dia 5 de julho Steinar Gil, embaixador norueguês, que testemunhou a detenção.
O início das orações foi aparentemente um sinal da polícia para retirará-los. A polícia parecia ter sido instruída a não permitir que dirigissem as orações. Essa ação da polícia é vista pelos muçulmanos como uma ofensa pessoal já que a polícia deixou de retirar suas armas ao entrar na mesquita e acharam ser um sacrilégio interromper a oração de qualquer um.
Ilgar Ibrahimoglu Allahverdiev, colega de Huseinov e principal imã da mesquita, disse ao Forum18 que os quatro detidos foram presos na virada da noite pela polícia distrital de Sabail onde acabaram sendo agredidos, ameaçados e insultados antes de serem liberados na manhã do dia 5. Mas ele disse que a polícia confiscou cinco outros membros da comunidade que chegaram para a reunião de segunda de manhã e os levaram ao 39º distrito policial, onde ainda se encontram detidos.
Ninguém estava disponível para comentar as batidas policiais e as detenções no Comitê do Estado para Obras com Organizações Religiosas, que controla as atividades religiosas no Azerbaidjão. Nigar Mamedova disse ao Forum18 no dia 5 de julho que somente o presidente do comitê Ragil Aliev estava autorizado a comentar e ele não estaria no escritório até do dia 6 de julho.
O Forum18 obteve resposta no dia 5 de julho no escritório da mesquita, desde a batida policial ocorrida no dia 30 de junho e nomeação forçada dos imãs fiéis ao Corpo Diretivo Muçulmano, órgão debaixo da guarda policial e inacessível aos membros da mesquita Juma.
O embaixador norueguês disse ao Forum18 que um dos imãs, que recentemente foram impostos e rejeitados pela comunidade, tinha liderado uma reunião dominical de oração para os seus quinze seguidores dentro da mesquita enquanto que cerca de duzentos membros da mesquita aguardavam pacientemente o término de sua cerimônia. O imã Huseinov então começou a liderar as orações. A entrada de muçulmanos na mesquita usando sapatos ou portando armas é considerado um ato ofensivo.
O embaixador disse que a comunidade ficou muito dignificada e disciplinada. Disse também que esta comunidade rejeita a decisão da corte de expulsar os líderes da mesquita, que está sendo usada por eles nos últimos doze anos e rejeita novos imãs impostos com a guarda da polícia. O embaixador disse também que eles não se deixaram provocar e saíram do local de maneira pacífica depois de a polícia ter prendido o imã deles.
Quem também testemunhou sobre as detenções ocorridas no domingo foi Robin Seaword, agindo como chefe do Escritório da Organização para Segurança e Cooperação da Europa com sede em Baku. Falando como ativista de direitos humanos eu posso declarar que não existe liberdade religiosa no Azerbaidjão, disse ao Forum18. Ele reprovou a prisão ocorrida durante as orações e o fato da polícia vestir botas na mesquita.
Ele disse ainda que entre cinqüenta a duzentos policiais cercaram a mesquita e recusaram a abri-la para que a comunidade pudesse se reunir na manhã de segunda feira para as orações. Os que passaram a noite foram ameaçados de serem presos caso visitassem a mesquita novamente, relatou ele. Isso se trata de um regime policial.
As autoridades possuem uma péssima relação com Ibrahimoglu há um tempo, que é conhecido por sua defesa à liberdade religiosa de cristãos e de muçulmanos, e da comunidade da mesquita, que insiste em atuar de forma independente do Corpo Diretivo Muçulmano Caucasiano. A corte distrital de Sabail no dia 1º de março deu ordem para que a comunidade se retirasse dessa mesquita, que faz parte da facçãoshia dos muçulmanos e manteve o apelo da corte da expulsão no dia 22 de abril. O executor da corte Nuridin Mustafaev disse ao Forum18 em abril que a expulsão seria desagradável, mas necessária para que as ordens da justiça fossem cumpridas.
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