No que os membros da mesquita Juma descrevem como um dia terrível e a volta da prática Soviética, dezenas de policiais na manhã de trinta de junho invadiram essa mesquita no centro velho de Baku, capital do Azerbaidjão, agredindo os membros fisicamente e os expulsando deste estabelecimento. O Forum18 NewsService ficou sabendo que depois de aproximadamente 700 membros desta mesquita chegarem em demonstração de apoio pelo imã Ilgar Ibrahimoglu Allahverdiev, a polícia foi forçada a autorizar os membros a voltarem ao prédio para o horário de suas orações que acontecem as 14:00hs.
Os membros da comunidade também recusaram a aceitar o novo imã vindo em que o Corpo Diretivo Muçulmano Caucasiano - no qual a mesquita não está sujeita - está tentando impor. Isso foi um ato terrorista, disse ao Forum18 Eldar Zeynaldov, ativista de direitos humanos em Baku, no dia 30 de junho. A comunidade desafiou sua ordem de expulsão vinda da corte na Corte Européia de Direitos Humanos, para que o governo devesse aguardar por seu julgamento antes de tomar qualquer ação. Eu não vejo razão de urgência em expulsar a comunidade neste momento.
Ibrahimoglu disse ao Forum18 que a polícia chegou cerca de nove horas da manhã para executar a invasão nesse templo muçulmano. Ele disse que ele, seu irmão e outro ativista chamado Seymur Rashidov, foram agredidos pela polícia, assim como outros vinte membros presentes naquele momento. Najaf Allahverdiev disse ao Forum18 que alguns dos agressores, estavam a paisana.Eles causaram destruição, levando o computador de Ilgar, relatou ele. Ele disse que a polícia então expulsou todos que se encontravam na mesquita.
Quando centenas de congregados se reuniram no lado de fora do templo, diplomatas das embaixadas norueguesa, americana e britânica chegaram assim como um oficial do escritório de Organização Para a Segurança na Europa. De baixo de pressão, a polícia se viu obrigada a permitir a entrada dos muçulmanos ao templo.
Eu vi a polícia às 09:00hs quando eu chegava ao trabalho, disse ao Forum18 no dia 30 de junho, Steinar Gil, embaixador norueguês. Ele disse que vira cerca de quarenta policiais fora da mesquita, sem contar os que já estavam dentro. A polícia estava armada com os recursos de sempre. Não vi nenhuma violência a não ser um pequeno tumulto quando a polícia arrastou a multidão de volta. Os membros da comunidade se comportaram de maneira pacífica, fazendo nada para incitar ainda mais a violência. Ele disse que falara com um dos membros da mesquita que o avisara que sofrera agressão, embora sem brutalidade.
Ibrahimoglu disse ao Forum18 que o imã Imã Surkhai, nomeado pelo Corpo Diretivo Caucasiano, ficasse encarregado a administrar a mesquita. Eu o autorizei para se dirigir à comunidade, mas os membros da mesquita se recusaram a apoia-lo como imã. Eles tinham condições de me escolher, e me escolheram. Ele e Surkhai deixaram o local nas mãos dos fiéis.
Ele disse que cerca de 16:00hs a polícia veio novmente e deu ordem para a comunidade se retirar novamente, que insiste em atuar de maneira independente do Corpo Diretivo Caucasiano. A corte distrital de Sabail deu ordem no dia primeiro de março para que a comunidade deixasse a mesquita de Juma que outrora ganharam o direito de posse no ano de 1992. A corte manteve a decisão de expulsar no dia 22 de abril. O executor da sentença, Nuridin Mustafaev, disse ao Forum18 em abril que a expulsão seria desagradável mas que ele se viu obrigado a manter essa decisão.
Em um caso relacionado, Ibrahimoglu somente fora liberto da prisão no dia dois de abril depois de ser preso mas logo recebendo uma decisão de suspender seu período de cinco anos na prisão em retaliação ao seu trabalho como ativista para a liberdade de religião.
Oficiais da corte que buscavam a expulsão interromperam Ibrahimoglu qundo ele liderava uma reunião de oração no dia 22 de junho. Tendo entrado no templo de Deus sem observar os rituais de higiene necessários, ele vieram até a mim na presença dos fiéis durante as orações quando eu lia o Corão, querendo interromper minhas orações, disse ao Forum18 Ibrahimoglu no dia 25 de junho. Mas eu disse aos oficiais para que não me atrapalhasse enquanto eu dirigia a cerimônia. Caso alguém quisesse se dirigir até a mim, deveria esperar até que eu terminasse. Os oficiais então decidiram por deixar o templo.
No dia 23 de junho a comunidade processou esses oficiais por interromper as orações. Os fiéis estão indignados de que os oficiais tivessem entrado no templo de Deus não respeitando os rituais necessários, insultando os sentimentos religiosos dos fiéis, disse ao Forum18 Ibrahimoglu. Ele disse ainda que eles também enviaram uma reclamação ao Ministério da Justiça sobre ações ilegais de seus oficiais.
O Forum18 não conseguiu achar nenhum oficial do estado que estivesse preparado de imediato para discutir este novo incidente. O executor da corte Mustafaev não se encontrava em seu trabalho, disse ao Forum18 um de seus colegas no dia 30 de junho. Ela se recusou a fazer qualquer comentário, dizendo somente que ele estava lidando com o caso da Mesquita de Juma.
Faiq Gurbanov, chefe do departamento de direitos humanos do Ministério da Justiça disse ao Forum18 no dia 30 de junho que ele se encontrava em uma reunião fora de Baku e disse que ele teria que descobrir a respeito dessa batida policial. Não estou apto a responder até que isso seja verificado por mim através das minhas próprias fontes. Entretanto, ele enfatizou que os executores da corte foram solicitados para vigorar tais ordens. Isso não se trata de liberdade de religião, liberdade de expressão ou de reunião, insistiu ele. Ele desconsiderou relatos de atos violentos da parte da polícia. A polícia não estaria envolvida em um caso desse. Ele enfatizou que caso os membros da mesquita tenham quaisquer reclamações eles podem levar o caso à corte.
Posteriormente, um porta-voz da justiça, Hussein Alikhanov, disse à BBC que os religiosos desta mesquita foram alertados várias vezes para deixarem o templo. Mas se recusaram a cumprir tal ordem... sendo assim, nessa manhã tivemos que executar a decisão vinda da justiça. Não foi usado de violência e nem de agressão física da parte dos policiais.
O embaixador Gil disse ao Forum18 que ele acredita que as autoridades ficarão sabendo da reação dos fiéis. Eu penso que as autoridades percebem a vontade da comunidade como uma fracasso.
Zeynalov, chefe do Centro de Direitos Humanos do Azerbaidjão, com sede em Baku, acredita que as autoridades pretendem entrar com um aviso de alerta aos muçulmanos que desejam continuar atuando de maneira independente. O governo gostaria de impor o terror às comunidades religiosas que não querem se sujeitar às autoridades do Corpo Direitvo Muçulmano Caucasiano.
Ibrahimoghlu disse que a comunidade estava desapontada de que mais uma vez a polícia tenha invadido a mesquita sem o menor respeito. Ele disse que os oficiais da polícia os ameaçaram por várias vezes de que seriam presos de acordo com os termos de sua senteça em que eu fora suspensa. Eu disse aos fiéis a não reagir contra as provocações.
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