Um pastor de 53 anos continua atrás das grades, após ser preso pela
polícia do Laos, na última quarta-feira (6), sob a acusação de forçar a
conversão das pessoas ao cristianismo, disse um porta-voz da ONG de
Assistência aos Direitos Humanos e Liberdade Religiosa no Laos - Human
Rights Watch for Lao Religious Freedom (HRWLRF).
A prisão de Asa, identificado apenas por este nome, ocorreu por volta
das quatro horas, em sua casa na aldeia Peeyeur , na província Luang
Namtha, de acordo com HRWLRF. A polícia então conduziu Asa para a prisão
provincial Namtha Luang, cerca de 50 Km de sua aldeia, longe o bastante
para impedir visitas de familiares ou amigos, devido ao limitado acesso
ao transporte rodoviário.
Se o procedimento legal fosse seguido, disse a HRWLRF, a polícia teria
mantido Asa na prisão por três dias, enquanto investigava as acusações
contra ele.
Na quinta-feira (7), Khamla, um proeminente líder cristão na província,
reuniu-se com a polícia e descobriu que Asa havia sido acusado de
converter pessoas a Cristo.
Há, dois anos atrás, a polícia havia forçado Asa a assinar documentos, concordando que ele pararia de proclamar a Cristo e, de induzir as pessoas a aceitá-lo. Este ano, porém, muitas pessoas da aldeia Peeyeur, e os moradores vizinhos, tocados pela vida e testemunho de Asa, aceitaram a Cristo.
Os líderes da Igreja dizem que as autoridades locais têm a intenção de eliminar o cristianismo de Luang Namtha, num esforço para proteger a região como patrimônio mundial. Eles usam a prisão de seis cristãos tailandeses, pegos pregando na província, em 24 de março, como exemplo; os seis foram liberados no início de junho, após várias semanas de detenção.
As autoridades de Luang Prabang, uma província vizinha, convocaram dois líderes cristãos e cerca de 80 cristãos da aldeia Hueysell, em janeiro, e ordenou-lhes que abandonassem sua fé ou seriam expulsos de suas casas. Até o momento as autoridades não colocaram as ameaças em prática.
A Constituição do Laos e outros regulamentos, como um decreto de 2002 sobre prática religiosa (conhecido como Decreto 92), teoricamente, protegem a liberdade de crença e de culto para todas as religiões, mas funcionários de aldeias, distritos e províncias, muitas vezes desrespeitam essas leis e mesmo assim ficam impunes.
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