Uma pesquisa ampla sobre o que pastores pensam a respeito do Anticristo revelou que a figura descrita nas revelações bíblicas ainda é alvo de muito debate e pouco consenso. No entanto, a linha de entendimento mais comum continua sendo a que espera seu surgimento no futuro.
Ao longo dos últimos séculos, figuras nefastas despontaram como candidatas ao posto, como por exemplo, o francês Napoleão Bonaparte, o austríaco Adolf Hitler e o georgiano Josef Stalin, que liderou a União Soviética entre 1922 e 1953.
No entanto, nenhum desses nomes preencheu os requisitos, apesar de serem, para os cristãos de suas épocas, um exemplo de tirania e perseguição.
A pesquisa realizada pelo instituto LifeWay Research, sob encomenda da Convenção Batista do Sul, dos Estados Unidos, mostrou que a maioria dos sacerdotes protestantes crê que o Anticristo previsto na Bíblia será uma figura real que surgirá no futuro.
O relatório do levantamento aponta que 12% dos entrevistados acreditam que o Anticristo não será uma pessoa, mas sim, uma ideia encampada por diversos líderes; 14% creem que ele será a personificação do mal descrito nas Escrituras; 7% entendem que ele é uma instituição e outros 6% acham que o Anticristo, embora real, já esteve na Terra.
Dentre os pastores pentecostais e batistas entrevistados, 83% do primeiro grupo acredita que o Anticristo será uma presença real no futuro, enquanto entre os batistas o número chega a 75%.
Segundo informações do Christian Today, pastores luteranos, metodistas e presbiterianos estão menos propensos a uma crença literal a respeito do tema.
O reverendo Ian Paul, estudioso do tema, segue a linha do último grupo, lembrando que a palavra “anticristo” aparece na Bíblia apenas nas epístolas de João (I João 2:18; I João 2:22; I João 4:3 e II João 1:7).
“Todas essas coisas são criadas por uma abordagem de ‘quebra-cabeça’ com as Escrituras, onde diferentes peças são forçadas a se juntarem para formar uma nova imagem”, afirma Paul, que no entanto, admite que a interpretação sobre o “anticristo” ser uma pessoa é encorajada pela descrição de II Tessalonicenses 2:3,4, onde Paulo o descreve como “homem do pecado”.
Para outro estudioso, Marion Carson, um erro que a Igreja comete é se debruçar sobre um tempo vindouro, e esquecer dos males no presente, que seriam “anticristos” já em atividade: “Faríamos bem em voltar para as cartas de João e atender às advertências sobre o anticristo — resistente a Cristo — dentro da própria Igreja”, disse Carson. “É claro que isso não quer dizer que não existe mal no mundo, e que os cristãos não devem nomeá-lo como tal quando o enxergam. Mas é sempre mais fácil e psicologicamente satisfatório apontar o dedo para os outros do que examinar a nós mesmos”, acrescentou.
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