O Pentágono divulgou um comunicado informando que os soldados norte americanos que poderiam ser processados e enviados à corte marcial caso promovessem a sua fé dentro das forças armadas do país.
– Proselitismo religioso não é permitido dentro do Departamento de Defesa… Tribunal marcial e punições não judiciais serão decididas numa base caso-a-caso – diz o comunicado publicado pela organização militar dos EUA.
Ser condenado em um tribunal marcial significa que um soldado cometeu um crime sob a lei militar federal. Punição para uma corte marcial pode incluir prisão e ser exonerado do serviço militar. A punição incluiria também os capelães militares oficiais que são ordenados sacerdotes de sua fé (na sua maioria pastores ou padres cristãos, ou rabinos judeus), cujo serviço desde a fundação do exército dos EUA sob George Washington é o de ensinar a sua fé e ministrar às necessidades espirituais das tropas que vêm a eles em busca de conselho, instrução ou conforto.
Este regulamento limitaria severamente expressões de fé no serviço militar, mesmo em contatos diretos entre amigos íntimos. Também poderia efetivamente abolir o cargo de capelão no exército, que não permitiria que os capelães (ou quaisquer membros do serviço), dissessem qualquer coisa sobre sua fé que possa fazer com que os outros se sintam influenciados a adotar sua crença.
De acordo com o Charisma News, a decisão do Departamento de Defesa norte americano está ligada à presença de Mikey Weinstein, fundador da Military Religious Freedom Foundation (Fundação Liberdade Religiosa Militar, na sigla em inglês: MRFF), como consultor do Pentágono para o desenvolvimento de novas políticas de tolerância religiosa.
Através da MRFF, Weinstein denuncia o que chama de “opressão religiosa virulenta” perpetrado por cristãos conservadores, a quem ele se refere como “monstruosidades” e “aventureiros políticos inconstitucionais deploráveis”, e classifica como fanáticos.
Além da polêmica envolvendo o comunicado sobre as restrições aos religiosos, um oficial do Exército dos EUA denunciou que ao tentar acessar o site da Convenção Batista do Sul em um computador da entidade militar o acesso impedido e uma mensagem informou que tal site foi bloqueado “devido ao seu conteúdo hostil”.
Sobre o caso, um porta-voz do Departamento de Defesa informou que o bloqueio não é intencional, e que o departamento está trabalhando para resolver a questão “o mais rápido possível”.
– O Departamento de Defesa apoia fortemente os direitos religiosos dos membros do serviço, para incluir a sua capacidade de acessar sites religiosos como o da SBC – diz a declaração, que completa: – Com a tecnologia Internet em constante evolução, o Departamento está trabalhando para garantir que os membros de serviço têm acesso a uma Internet aberta, preservando informações e segurança operacional.
De acordo com o The Christian Post, o porta-voz também disse em uma entrevista por telefone que o site não foi bloqueado para todo o pessoal, mas apenas para aqueles em certas instalações militares, e que uma série de fatores pode ter contribuído para o problema com os filtros automáticos de Internet.
O tenente-general aposentado Jerry Boykin, vice-presidente executivo do Family Research Council (FRC), comentou sobre os possíveis impedimentos ao exercício da fé no meio militar, afirmando que a pior coisa que se pode fazer é impedir um soldado de exercer sua fé.
– É uma questão de o que eles querem dizer com proselitismo… Eu acho que eles têm suas definições um pouco confusas. Se você está falando de coerção é uma coisa, mas se você está falando sobre o livre exercício da nossa fé como soldados individuais, marinheiros, aviadores e fuzileiros navais, especialmente para os capelães, eu acho que a pior coisa que podemos fazer é impedir a capacidade de um soldado em exercer sua fé. – afirmou Boykin sobre o anúncio do Pentágono.
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