Em entrevista ao HuffPost Life, três líderes cristãos destacados deram suas opiniões sobre a questão da castidade entre os evangélicos e relacionamentos poliamorosos (com mais de um parceiro).
Definindo-se como “progressistas”, são pastores que defendem a teologia liberal, um movimento que está muito fortalecido na Europa. Brandan Robertson que se identifica como bissexual, é pastor da igreja Mission Gathering, em San Diego, Califórnia. Chalice Overy é pastora na Igreja Batista Pullen Memorial, em Raleigh, Carolina do Norte. E Michael preferiu se identificar simplesmente como “uma pessoa da igreja” de San Antonio, Texas.
Para eles, a castidade sexual é algo “doentio” e deveria ser considerado “irracional”. Robertson, por exemplo, diz que investe tempo tentando “desconstruir a cultura da pureza” em favor de uma visão “mais saudável da sexualidade”.
“Eu acho que a igreja evangélica ensinou por muito tempo algumas ideias realmente confusas sobre sexo”, avalia. “Acredito que seja saudável para algumas pessoas esperar pelo casamento para ter uma vida sexual. Mas também acredito que aqueles que decidem fazer sexo antes não estão pecando, não é moralmente errado”, continuou.
Embora não seja a favor do “sexo livre” afirmou não julgar os que o fazem. No mês de outubro, ele postou um vídeo onde afirmava que “relacionamentos poliamorosos são santos e belos”. Na ocasião, ele palestrava em sua igreja apoiando a “teologia queer”.
Overy disse que suas crenças “evoluíram” e sua expectativa é que as pessoas “sejam ponderadas ao escolher alguém para se casar”. E Michael acredita que a ética pessoal é que constrói as fronteiras sobre o sexo e não um “acordo contratual” como o casamento.
“Eu fui monogâmico e eticamente isso não fez diferença nenhuma para mim, do que viver com múltiplos amantes. Esses eram os limites acordados e definidos do passado”, protestou.
Críticas
O espaço dado a esse tipo de pensamento na mídia acaba gerando um efeito a longo prazo na sociedade, numa tentativa de mostrar que os conceitos de “pecado” já não existem mais.
Cheslen Vicari, diretora do Instituto sobre Religião e Democracia, com sede em Washington, disse que essas opiniões modernas são preocupantes. “Eu poderia apontar para vários efeitos nocivos do sexo antes do casamento”, disse.
Entre eles, destacou a insegurança por parte da mulher e até sentimentos de rejeição. “Mas esse tipo de sentimento não acontece dentro do pacto do casamento, onde deve haver segurança, fidelidade e compromisso vitalício”, justificou.
“Os jovens cristãos precisam de orientação sobre essas questões morais graves. Pastores, é na igreja que esse tipo de assunto é tão necessário”, alertou pedindo aos líderes que abordem mais o assunto entre os jovens.
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