Pastor lava pés de mãe de santo e de travesti para programa da Globo
Outros pastores criticaram a atitude e mostraram erros teológicos no ato
O bispo Hermes Fernandes, da Igreja Reina, participou de um documentário gravado pela Rede Globo onde ele lava os pés de pessoas que sofrem preconceito por parte da igreja evangélica e também por parte da sociedade.
Os convidados para participarem dessa cerimônia foram uma travesti, uma mãe de santo, uma portadora de necessidades especiais, um homem negro, uma mulher boliviana, um sociólogo ateu e uma bióloga.
Em seu blog o bispo relatou que teve a ideia de lavar os pés dessas pessoas para “resgatar a mensagem centra do evangelho: o amor”, em seu entendimento essas pessoas precisam entender que elas são amadas. “Pus-me de joelhos e com uma bacia cheia d’água, comecei a lavar e beijar seus pés, rogando que nos perdoassem por toda a discriminação sofrida”, relatou.
Segundo o bispo os fiéis que participaram do culto na manhã do dia 12 de junho se emocionaram. “Na plateia, lágrimas. A presença de Deus era nítida entre nós. Era como se o abismo profundo que nos separava fosse finalmente transposto”.
Mas apesar da emoção de quem assistiu ao culto, quando o fato foi transmitido pela internet o bispo Hermes Fernandes foi bastante criticado. Entre as críticas estão os textos dos pastores Ciro Zibordi e Renato Vargens que encontraram um erro teológico no ato de lavar os pés.
Zibordi escreveu que a atitude do bispo da Igreja Reina não está de acordo com a Bíblia, pois Jesus lavou apenas os pés dos seus discípulos. “A bem da verdade, o Senhor Jesus não saiu pelo mundo lavando os pés de todos os tipos de pecadores para demonstrar que os amava. Ele só lavou os pés de pessoas em uma única ocasião”, disse.
O pastor da Assembleia de Deus fez questão de frisar que Jesus não quis instituir o culto do lava pés, mas que o pastor que quiser seguir seu ato que o faça, desde que seja para larvar os pés de seus discípulos.
Zibordi também questiona qual é o tipo de evangelho que o bispo estaria pregando. “No texto que li, alhures, sugere-se que os evangélicos são preconceituosos e não amam os pecadores quando pregam contra o pecado. Entretanto, agradar os pecadores, apresentando-lhes uma mensagem ecumênica, é mesmo uma demonstração de amor, à luz do que ensinou o Mestre dos mestres? Penso que não, pois os evangélicos que se prezam — à semelhança do Senhor Jesus — devem pregar os que os pecadores precisam ouvir, o autêntico Evangelho, e não um evangelho pragmático, isto é, o que os pecadores querem ouvir.”
Renato Vargens, da Igreja Cristã da Aliança, listou cinco razões que o fazem descordar da atitude do bispo Fernandes, concordando com Zibordi quando ele fala sobre lavar os pés apenas de discípulos e sobre a pregação de uma evangelho ecumênico.
“Pregar o evangelho é anunciar a verdade que o homem independente da nacionalidade, sexo, cor e raça é pecador, e que em virtude disso está condenado ao inferno, a não que Cristo o salve do engano dando-lhe vida Eterna. Ao lavar os pés de pessoas de fé e percepções diferentes, Hermes, relativizou a mensagem do Evangelho proclamando um cristianismo politicamente correto, bem como desprovido das verdades como a necessidade do homem arrepender-se de seus pecados.”
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