Foi necessário uma viagem de dois anos ao redor do mundo para que Susan Sparks conseguisse identificar sua missão de vida: encontrar o lado engraçado da religião.
Quinze anos atrás, a hoje pastora Susan Sparks sequer frequentava a igreja. Era uma advogada do Citibank, elaborando contratos e fazendo defesa de processos. Tarde da noite, exercitava seu talento natural para fazer as pessoas rirem, apresentando shows de comédia stand-up em clubes pequenos de Manhattan.
Mas quando ia para a cama à noite, Sparks sentia uma falta de sentido na vida: “Meus pais me ensinaram a deixar as coisas melhores do que as encontrei”, lembra ela. “Costumava me deitar e pensar ‘O que eu deixei melhor hoje?’” Então, decidiu largar seu emprego, arrumou as malas e partiu para encontrar sua verdadeira vocação.
“Fui criada de forma muito conservadora – e alienante – na tradição Batista do Sul dos EUA. Aquilo era tudo o que conhecia”, disse Sparks. “Eu queria me aprofundar em novas religiões”.
Ela passou algum tempo vivendo com uma família hindu na Índia, meditou com os monges budistas no Nepal e visitou um imã muçulmano no Cairo. No entanto, a virada aconteceu no orfanato de Madre Teresa de Calcutá, onde conheceu uma criança surda de 5 anos chamada Anna. Sentada no colo de Sparks, Anna colocava o ouvido contra o peito dela. Sparks riu e Anna, sentindo as vibrações, gritava de alegria. “Fizemos isso durante horas”, diz Sparks. “Foi como se Deus me desse um sinal: “Riso e espiritualidade andam juntos!”
De volta à Nova York, matriculou-se em um seminário, com a esperança de poder usar seu senso de humor para ajudar as pessoas a verem o divino de forma mais alegre.
Desde 2000, Sparks é parte do ministério pastoral da Igreja Batista de Madison Avenue, pregando sobre temas como “O que os cristãos podem aprender com os fãs de Elvis”. Ela garante: “Eles acreditam que o seu rei está vivo, queridos, todos nós podemos ter um pouco mais desse tipo de fé”.
Em maio deste ano, Sparks publicou seu primeiro livro, Laugh Your Way to Grace [Rindo depois de entender a Graça]. “Se você consegue rir de si mesmo, poderá perdoar-se”, diz ela. “E se você consegue perdoar a si mesmo, então poderá perdoar os outros.”
Quando a agenda de sua igreja permite, Sparks percorre o país com o rabino/humorista Bob Alper e o comediante muçulmano Azhar Usman, usando a religião como base para seu show. Em seu repertório, ela brinca com assuntos que são tabus para muitos cristãos, como o sexo.
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