O ser humano naturalmente deseja a vida e a felicidade. Entretanto, o próprio Jesus afirmou em João 16:33 que no mundo teremos aflições, mas que devemos ter bom ânimo para enfrentá-las, algo destacado pelo pastor Alistair Begg, de Ohio, na Conferência da Costa Oeste da The Gospel Coalition, durante uma pregação entre os dias 16 e 18 desse mês, nos Estados Unidos.
“Não há nada como a perspectiva da morte para esclarecer as questões da vida”, disse o pastor, explicando que como seres humanos, criados para a eternidade com Deus, a certeza da morte nos causa estranheza e desconforto, mas ao mesmo tempo nos faz refletir sobre a brevidade e fragilidade dessa vida, algo ínfimo diante do que é eterno.
A pregação foi fundamentada na passagem de 2 Timóteo 4:1-8, onde através dela o pastor destacou as orientações do Apóstolo Paulo que já previa a sua partida (morte), ao seu filho na fé, Timóteo:
“Porque eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da minha partida está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé”, diz um trecho do texto bíblico.
“Ele se refere ao seu falecimento como sua partida, sua analusis, uma palavra favorita em grego na época para o desabafar de um boi ou para o desenho de uma âncora ou a retirada de uma tenda”, explica Begg, informa o Christian Post.
“Ele percebe que o bastão da fé precisa ser transferida para outra geração. Seu olhar está em seu jovem tenente, Timóteo. E ele é capaz de deixá-lo saber, certamente por seu grande incentivo, que Deus tem sustentado a vida do seu mentor”, acrescenta.
O pastor Begg afirma que não devemos querer transformar o sofrimento no que ele não é. Devemos, antes disso, reconhecer que ele é real, pois faz parte da nossa condição humana carnal. A morte, segundo ele, deve ser encarada como um inimigo, de fato. Porém, um inimigo que já foi derrotado por Cristo na cruz.
“Queremos imediatamente passar para os aspectos comemorativos e triunfantes das coisas antes mesmo de termos o momento de nos sentarmos e dizermos que ‘a morte é um terrível inimigo'”, disse o pastor, apontando que isso é porque “nós não temos uma teologia para a tristeza. Nós realmente não temos uma teologia para o sofrimento”.
Por fim, Begg ressalta que devemos viver o “agora” sabendo que se trata de algo transitório, onde o sofrimento muitas vezes está presente, mas que também serão aniquilados. Desenvolver uma teologia madura para essa compreensão é uma necessidade, segundo o pastor.
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