Moradores do norte de Jacarta ordenaram que um pastor de uma pequena congregação suspendesse os cultos em sua casa.
A ordem foi dada apesar de o pastor ter permissão emitida pelo Departamento de Assuntos Religiosos para operar.
No dia 12 de setembro, oficiais do vilarejo de Rawa Badak do Sul, no distrito de Koja, marcaram uma reunião com o pastor Syaiful Hamzah, sua mulher Tiolida Sihotang, policiais e representantes da mesquita do vilarejo. Os oficiais insistiram em que o pastor Syaiful e sua esposa assinassem um documento, concordando em parar com todos os cultos em sua casa e rejeitando a permissão concedida.
Durante a reunião, um clérigo muçulmano, Wasi Sholeh, informou o pastor que “certas pessoas” tinham feito ameaças de violência contra ele e que não poderia garantir a segurança de Hamzah caso ele se recusasse a assinar o acordo.
Um funcionário da mesquita, Mohammad Ayub, também disse a Syaiful que ele deveria mudar seu nome para um nome cristão, embora não exista nenhuma lei na Indonésia que o obrigue a fazê-lo.
O pastor é um muçulmano que de converteu ao cristianismo.
O casal assinou o documento sob coerção. Também o assinaram: Adi Eli Zendito, funcionário do Departamento de Assuntos Religiosos, Mohammad Ayub e Mohammad Maibu, chefe do vilarejo.
Agora, o pastor Syaiful conseguiu espaço para os cultos em um prédio usado por uma igreja registrada, cerca de três quilômetros de sua casa. Além da taxa do aluguel, ele terá de alugar carros para buscar e levar membros da igreja, uma vez que eles não têm meio de transporte.
A pequena congregação de Syaiful começou a realizar reuniões informais em sua casa, aos sábados. Quando o número de pessoas aumentou para 25, a congregação decidiu realizar os cultos aos domingos pela manhã.
No início de agosto, de acordo com um decreto da Junta Ministerial que regulariza templos, Syaiful teria escrito para o escritório do Departamento de Assuntos Religiosos em Jacarta, descrevendo seu ministério e buscando permissão para realizar cultos em sua casa.
O departamento respondeu cinco dias depois, por meio de uma carta, concedendo permissão para a realização dos cultos.
Syaiful entregou então uma cópia da carta a vários gabinetes das autoridades locais, incluindo o conselho do vilarejo, funcionários da Ordem Pública e a prefeitura. Ele também informou as delegacias locais e distritais sobre suas atividades ministeriais.
Alguns dias depois, o pastor recebeu uma carta de objeção de um integrante da Ordem Pública da comunidade, assinada por vários moradores da região. A carta solicitava que Syaiful suspendesse os cultos pelo fato de a Ordem Pública não ter dado seu consentimento, e sustentava que as pessoas que participavam dos cultos não eram moradores do vilarejo – uma condição imposta pelo Decreto da Junta Ministerial.
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