Tribunal acusa pastor e outros dois líderes evangélicos de discriminação
Um pastor que se recusou a trabalhar com uma pastora por causa de suas convicções bíblicas foi acusado de discriminação criminal por um tribunal finlandês.
Ari Norro será julgado em 16 de novembro, conforme as alegações, por violar as leis da Finlândia que proíbem discriminação no ambiente de trabalho ou em público com base no sexo e outras bases, inclusive orientação sexual, noticiou a revista Christianity Today.
Norro é membro da Associação Evangélica Luterana da Finlândia, uma entidade filiada à Igreja Evangélica Luterana da Finlândia, que crê que a Bíblia não permite que as mulheres trabalhem como pastoras.
Em março, noticiou Christianity Today, ele estava programado para pregar num culto de santa ceia na cidade de Hyvinkää como pastor visitante. Quando a pastora Petra Pohjanraito apareceu para seu turno para ajudar a distribuir a ceia, Norro disse que ele devia se retirar, porque ele não poderia participar de um culto com uma pastora.
“A chegada dela nos deixou totalmente humilhados, pois entendíamos muito bem que ela estava vindo (para servir) no altar”, Norro relatou a Christianity Today.
Norro disse que ele se ofereceu para se retirar da igreja, mas Pohjanraito decidiu em vez disso sair.
O incidente foi entregue à polícia quando o diretor do Conselho Eclesiástico de Hyvinkää entrou com um pedido formal de investigação, de acordo com o jornal finlandês Helsingin Sanomat.
Christianity Today disse que outros dois líderes evangélicos também foram acusados de não interferir para impedir a alegada violação da lei.
O caso poderia impactar a controvérsia da Igreja Evangélica Luterana da Finlândia na questão da ordenação de homossexuais para pastores e na realização do casamento religioso de homossexuais.
Veli-Matti Kärkkäinen, ex-presidente da Faculdade IsoKirja da Finlândia, insistiu que o governo não tem nada a ver com as questões religiosas e quer ficar de fora do debate.
“Esse caso nada tem a ver com religião. Tem tudo a ver com uma percebida falta de igualdade”, ele declarou para Christianity Today.
Norro argumenta que ele não cometeu nenhum crime, porque a constituição de seu país — que diz que ninguém deve ser tratado de modo diferente por causa de suas convicções religiosas — invalida o código penal estatal.
“Naturalmente, ser acusado é algo muito desagradável”, Norro disse para Christianity Today. “É triste que a igreja não consiga resolver problemas como esse sozinha. Nesse caso, a própria igreja coloca a corda da forca em seu próprio pescoço, e então dá a ponta da corda a um tribunal do Estado”.
Norro, que provavelmente será multado se for condenado, argumenta que outras denominações, tais como a Igreja Ortodoxa Grega e a Igreja Católica, não ordenam mulheres, mas não são acusadas de cometer crime.
Ele teme que os pastores da Finlândia logo serão levados a julgamento por se recusarem a trabalhar com um pastor homossexual ou até mesmo por ensinarem que Deus não aprova os relacionamentos homossexuais.
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