O Rev. Pierre-Séverin Kongbo, de 52 anos de idade, e seu filho Dieubéni foram mortos em 28 de janeiro por ex-membros do grupo Séléka, no complexo da igreja Bégoua no norte de Bangui, capital da República Centro-Africana.
Um dia antes, cerca de 600 guardas presidenciais foram transferidos pelas forças francesas e africanas do centro da cidade para uma base militar no extremo norte da cidade, na sequência da retirada do presidente Michel Djotodia.
Kongbo e seu filho foram mortos após retaliação dos guardas presidenciais que culminou em um ataque. O pastor, que também era um membro da diretoria da União das Igrejas Batistas na República Centro-Africana, deixou esposa e cinco filhos. Ele e o filho foram enterrados no dia 29 de janeiro no complexo da igreja Bégoua.
Sua esposa disse ao World Watch Monitor que os rebeldes haviam visitado sua casa duas semanas antes, perguntando pelo seu marido. Ela lhes disse que o pastor não estava e deu-lhes todo o dinheiro que havia na residência.
Em 28 de janeiro, os rebeldes voltaram, gritando "Allahu Akbar" ("Ala é grande"), antes de disparar contra o pastor e seu filho mais velho.
"Nós permanecemos impotentes diante de inúmeros desafios, e muitos de nossos irmãos estão decepcionados, já que não podemos fazer nada por eles em resposta aos seus apelos por ajuda", disse um cristão local por e-mail. "Muitos perderam tudo; tiveram suas casas saqueadas ou incendiadas. Outros perderam um filho ou um membro da família. E isto apenas em Bangui. Estamos profundamente preocupados com os nossos irmãos das províncias mais afastadas que são forçados a se esconder em arbustos. Nós não ouvimos sobre eles há um tempo."
Desde a renúncia e o exílio do ex-presidente Djotodia para Benin, centenas de ex-membros do Séléka saíram da capital, deixando desolação em seu rastro. 75 pessoas foram mortas, semana passada, devido à violência religiosa na cidade de Boda, 100 quilômetros a oeste de Bangui. Na cidade de Boali, pelo menos sete cristãos foram mortos e 700 muçulmanos procuraram refúgio na igreja local.
"Eu não vou deixar ninguém machucar as pessoas dentro da minha igreja, não importa se são cristãos ou muçulmanos. São, antes de tudo, pessoas", disse o líder cristão Xavier Fagba em uma entrevista à TV francesa.
A presidente Catherine denunciou fortemente a violência em curso, em um discurso televisionado no dia 31 de janeiro. "Nada vai justificar tais crimes e atos de barbárie", disse ela. "Portanto, é inaceitável que as mortes continuem. Eu não posso tolerar tais atos e não ficarão impunes".
Desde o início dos conflitos até hoje, mais de um milhão de pessoas foi deslocado e dois milhões necessitam de ajuda humanitária urgente.
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