como uma profecia messiânica, em que Deus fala de Jesus como o responsável pelo novo templo.
“Agora, pois, diga ao meu servo Davi: ‘Assim diz o Senhor dos Exércitos: Eu o tirei das pastagens, onde cuidava dos rebanhos, para ser o soberano do meu povo Israel. Sempre estive com você por onde você andou, e eliminei todos os seus inimigos. Agora eu o farei tão famoso quanto os homens mais importantes da terra. E providenciarei um lugar para o meu povo Israel e os plantarei lá, para que tenham o seu próprio lar e não mais sejam incomodados. Povos ímpios não mais os oprimirão, como fizeram no início e têm feito desde a época em que nomeei juízes sobre o meu povo Israel. Também subjugarei todos os seus inimigos. Saiba também que eu, o Senhor, lhe estabelecerei uma dinastia. Quando a sua vida chegar ao fim e você descansar com os seus antepassados, escolherei um dos seus filhos para sucedê-lo, um fruto do seu próprio corpo, e eu estabelecerei o reino dele. Será ele quem construirá um templo em honra do meu nome, e eu firmarei o trono dele para sempre. Eu serei seu pai, e ele será meu filho. Quando ele cometer algum erro, eu o punirei com o castigo dos homens, com açoites aplicados por homens. Mas nunca retirarei dele o meu amor, como retirei de Saul, a quem tirei do seu caminho. Quanto a você, sua dinastia e seu reino permanecerão para sempre diante de mim; o seu trono será estabelecido para sempre’. E Natã transmitiu a Davi tudo o que o Senhor lhe tinha falado e revelado (2 Samuel 7:8-17)”.
“Além de Deus não permitir que Davi construa um Templo em seu nome, Deus ainda afirma pelo profeta que depois da morte de Davi, Deus levantaria alguém da sua descendência para erguer um Templo que honrasse o Senhor, e que este seria tratado como Filho de Deus. Davi deveria morrer para que este Escolhido do Senhor surgisse. Devemos lembrar que nesta época Salomão já havia nascido da união de Davi com Bate-Seba”, frisa o pastor Bruno Santos, antes de acrescentar que “o próprio Salomão, mesmo após ter construído o templo, declara que Deus não pode habitar nele”, fazendo referência à passagem de 2 Crônicas 6:16-18.
O pastor segue a linha de raciocínio e afirma que “obviamente a mensagem dada por Natã a Davi não se tratava de Salomão, mas de Nosso Senhor Jesus Cristo”, que humanamente falando, descende da linhagem real e que ergueu “um templo espiritual em honra ao Senhor” quando foi crucificado.
“Edir Macedo está reforçando uma heresia pagã chamada ‘templocentrismo’, onde o conceito de adoração a uma divindade está relacionada apenas com o templo físico, assim como se fazia no Egito antigo e em outras religiões e culturas politeístas. Devemos lembrar que o templo era destinado apenas para atos religiosos e sacrifícios, e administrado pelo sumo sacerdote. Já as sinagogas eram várias, e eram destinadas à oração, ensino, leitura da Palavra, e interpretação do Velho Testamento. Muito mais parecido com qualquer igreja séria de nossos dias. O templo apenas reforçava a religiosidade do povo, coisa que Jesus repreendeu veementemente em seus dias”, afirmou o pastor Bruno dos Santos.
No texto, o pastor ressalta que na Nova Aliança, não há lugar restrito para adoração a Deus, ou local onde as orações tenham mais efeito ou o poder divino se manifeste de forma mais intensa: “Jesus revolucionou conceitos e padrões impostos pela interpretação da Lei e o rigor religioso judaico. Jesus usava as sinagogas, mas também os campos e os montes. Ele jamais impôs um lugar apropriado para adorar a Deus. Por isso temos a liberdade de adorarmos o Senhor num templo ou mesmo em nossos lares. Em uma fazenda ou dentro da mais humilde e simples igreja construída. Jesus não aprovou um lugar específico. Por isso podemos ser discípulos de Jesus onde estivermos”, orientou Santos.
Em sua conclusão dos motivos que considera o Templo de Salomão uma construção alheia à Bíblia, Santos afirma que o megatemplo se encaixa no provérbio popular que diz “Por fora bela viola, por dentro pão bolorento”: “Isso é o que significa para a fé cristã paulista este monumento à ignorância bíblica financiado pelas campanhas da IURD. É um retrocesso cristão, compreender que qualquer coisa neste templo está relacionada com Jesus de Nazaré, que pregou uma ética de justiça social, e de envolvimento com os necessitados em todas as áreas. A IURD não zomba apenas da fé judaica, como fez uma vez com a fé católica,mas principalmente com a fé evangélica, que não pode estar relacionada com este exibicionismo egocêntrico e grotesco de poder e força financeira”.
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