Religioso foi levado por mil balões coloridos após decolar neste domingo, no Paraná.
Equipes de resgate procuram por ele no litoral de Santa Catarina.
A família do padre Adelir de Carli, 41 anos, que desapareceu na noite de domingo (20), está acompanhando o trabalho de buscas. Ao saberem do acidente, alguns parentes viajaram de Minas Gerais para Santa Catarina.
Carli decolou de Paranaguá (PR), levado por mil balões coloridos de festa. O vento forte acabou levando o padre até o litoral de Santa Catarina, onde ele desapareceu.
Os parentes chegaram a São Francisco do Sul na manhã de segunda-feira (21). Já a tia Renita Pelissari, 53 anos, acompanha as buscas de Joinville. Ela esteve com o sobrinho em Paranaguá, no domingo, antes do padre levantar vôo, e disse que o padre viajou com dois celulares e um aparelho GPS (localizador por satélite), além da roupa térmica. “Por isso, acreditamos que possam encontrá-lo.”
Renita afirmou ainda que o padre estava bastante contente e ninguém imaginou que poderia acontecer algo errado. “Várias pessoas o ajudaram na hora de encher os balões e, mesmo com chuva, ele acreditou nesta viagem.”
A tia falou que, com os passeios com balões, o padre pretendia divulgar a religião e a Pastoral Rodoviária. Carli também queria criar um santuário do caminhoneiro. “Ele sempre os abençoou e se preocupou com os caminhoneiros. Ele saía assim para divulgar o trabalho da pastoral e também para arrecadar dinheiro para a construção do santuário”, afirmou Renita.
Os fiéis e amigos também acompanham o resultado do trabalho de buscas. Na madrugada desta terça-feira (22), eles fizeram vigília na igreja onde o religioso atuava, em Paranaguá.
Buscas
O trabalho de busca aérea pelo padre Adelir de Carli foi encerrado às 17h de segunda-feira, em Santa Catarina. As aeronaves deixaram de sobrevoar a região por causa do anoitecer. O trabalho foi retomado na manhã desta terça-feira.
Durante a noite, barcos pesqueiros voluntários e um navio rastreador da Marinha permaneceram à procura do religioso na área onde ele teria feito o último contato. Carli queria voar por 20 horas.
As buscas se concentram a cerca de 30 quilômetros da costa. O comando da Capitania dos Portos de Santa Catarina informou que todos trabalham contra o tempo para localizar o padre.
Pedido de ajuda
No domingo pela manhã, com chuva, o padre rezou uma missa especial. Às 13h, mesmo com o tempo ruim, ele decolou, levado por mil balões coloridos.
No meio da tarde, fez um pedido de ajuda. “Preciso entrar em contato com o pessoal, para que eles me ensinem a operar esse GPS, para dar as coordenadas de latitude e longitude, que é a única forma que alguém por terra possa saber onde eu estou.”
O último contato aconteceu pouco antes das 21h. Pedaços de balões já foram encontrados em praias de Santa Catarina.
Primeiro vôo
O padre já viajou do Paraná para a Argentina no dia 13 de janeiro deste ano. Ele levantou vôo na cidade de Ampére (PR). Os balões atingiram 5,3 mil metros de altitude e o vôo durou quatro horas. Para se aproximar do chão e pousar, o padre usou um estilete: foi furando e soltando uma parte dos balões.
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