Para o assassino de 12 crianças na escola, no oeste do Rio de Janeiro, pedindo o perdão de Deus em uma carta deixada, teólogos e pastores evangélicos no Brasil dizem que não haverá perdão para ele.
O teólogo brasileiro e pastor presbiteriano Augustus Nicodemus Lopes, considerado um dos maiores teólogos da linha conservadora do Brasil, ficou chocado com a tragédia e comentou sobre o pedido de perdão assassino para Deus.
“Não há nada na Bíblia para justificar o pedido de perdão do assassino.”
Mesmo sem ser capaz de distinguir a doutrina exata de Oliveira através da sua carta, o teólogo disse que “uma condição para o perdão é o arrependimento do pecado” e no caso “o assassino não mostrou nenhum sinal de arrependimento.”
“Pedir perdão por aquilo que ele vai fazer e então fazer, significa que não há nenhum sinal de arrependimento. Não vai ser a gente orando e pedindo perdão de Deus para ele que ele vai obter isso. Deveria ter resolvido isso em vida.”
No que trata de céu e do inferno ele disse: “Jesus Cristo foi quem mais falou sobre isso na Bíblia, particularmente sobre o inferno.” E declarou que a Bíblia não ensina a salvação de ‘todas as pessoas.’
“A Bíblia diz que Deus é amor, mas também diz que Ele é justo e odeia o pecado.”
Ele também explicou que o céu e o inferno são duas “realidades que se excluem, ou vamos para uma ou vamos para outra.” E ressaltou, “Não existe um meio termo, e esse destino final é resolvido aqui nesse mundo.”
Tentando identificar qual seria a religião do assassino, o teólogo acredita que o assassino não devia ser um ex-evangélico, porque segundo ele, “os evangélicos não dizem que há uma possibilidade de perdão depois da morte.”
A carta que Oliveira deixou começa a falar de pureza refletindo alguns aspectos da religião islâmica, apesar de ter posições cristãs.
“Primeiramente deverão saber que os impuros não poderão me tocar sem luvas, somente os castos ou os que perderam suas castidades após o casamento e não se envolveram em adultério poderão me tocar sem luvas.”
Sua irmã Rosilane de Oliveira, 49, afirmou que, aparentemente, ele havia se tornado um Muçulmano. “Ele estava muito focado em coisas relacionadas ao Islamismo e tinha deixado a barba crescer muito. Ele era estranho, ficava na internet o dia inteiro lendo temas relacionados e era muito estranho, muito reservado,” disse ela em entrevista à Band News.
Mas o presidente da União Nacional de Entidades Islâmicas do Brasil, Jamel El Bacha, assegurou nesta quinta-feira, que o atirador não tinha vínculos com a representação e a religião muçulmana. Além disso, a organização denunciou o crime chamado de “insano e inexplicável.”
Wellington era filho adotivo e seus pais adotivos já estão mortos. Ele foi adotado quando criança. Sua irmã disse que ele não tinha amigos.
Mencionando o “reivindicar o perdão de Jesus após sua morte,” Lopes acredita que isso tem mais a ver com o Catolicismo.
“Isso tem mais cara de Catolicismo ou de um misticismo vago.”
O Diretor Executivo da Convenção Batista Brasileira Sócrates Oliveira de Souza não acredita que o assassino “possa ​​ter qualquer tipo de perdão.”
Segundo ele, premeditar tirar a vida das pessoas e tendento continuar a matança se não fosse barrado por policiais, “Oliveira não mostrou seu arrependimento.”
Para ele, é claro o que a Bíblia diz: “Depois da morte não há possibilidade física de arrependimento, não há possibilidade de salvação,” disse ele ao The Christian Post.
Ciro Sanches Zibordi, escritor evangélico, concordou que “não é possível morrer perdido e obter perdão ‘post mortem.’” E que provavelmente ele não era evangélico pois ele “distorceu o que Jesus ensinou.”
“Em nenhum momento há incentivo, nas páginas sagradas, à vingança, ao revide, à retaliação por parte do cristão para com as pessoas que se lhe opõem (Rm 12.17-21). Pelo contrário, o Senhor Jesus nos manda amar os nossos inimigos (Mt 5.43-48).”
Perto da escola onde ocorreu o tiroteio, está localizada a Igreja Batista Betânia, com cerca de 30 estudantes da escola. “Felizmente ninguém foi alcançado,” segundo o pastor da Igreja Neil Barreto. Mas com tristeza declarou que “De alguma forma todos nós formos alcançados.”
“O Começo do Fim dos Tempos” foi sua conclusão sobre a tragédia, identificando na televisão as mães dos alunos da escola que frequentam a Igreja.
“Seus filhos eram próximas às vítimas do massacre.”
Para Barreto, o atirador já era um “morto” e “só estava vivo biologicamente. Ele iria concretizar o que de fato já era – se encontrar com a morte – Porque ele era um morto.”
“é uma ação demoníaca tentando tirar as crianças que representam o nosso futuro e a nossa esperança.”
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