O papa Francisco voltou a destacar a importância do cuidado com os pobres e afirmou que o comunismo se apossou da bandeira do cristianismo.
Logo depois de ser eleito pontífice católico em março de 2013, o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio criticou o sistema econômico mundial, dizendo que a forma como as coisas são feitas atualmente é insensível aos pobres, pois não incentiva os que ganham muito a compartilhar suas riquezas com os que mais precisam.
No começo de junho deste ano, Francisco voltou a condenar a riqueza feita a partir de práticas econômicas que encarecem os alimentos e limitam o acesso dos pobres à comida. Esse discurso levou muitos críticos do papa Francisco a especularem que o líder católico seria um adepto das teorias de Karl Marx, inspirador do comunismo.
No último domingo, 29 de junho, o papa Francisco concedeu uma entrevista ao jornal romano Il Messaggero e rebateu as críticas feitas a ele por defender os pobres. “A bandeira dos pobres é cristã. A pobreza está no centro de o Evangelho”, disse, citando passagens bíblicas sobre a necessidade de ajudar os menos favorecidos.
Sobre a possibilidade de ser um adepto do marxismo, o papa Francisco não titubeou: “Eu só posso dizer que os comunistas têm roubado a nossa bandeira”, disse, antes de acrescentar: “Os comunistas dizem que tudo isso [filosofia de ajuda aos pobres] é comunismo. Claro, vinte séculos mais tarde. Então, quando eles falam, pode-se dizer: ‘então vocês são cristãos? ‘”, brincou o papa, retrucando a especulação de que ele seria comunista.
O líder católico destacou que a mensagem do Evangelho não é de conquistas financeiras, mas sim, de ajuda ao próximo, exatamente o contrário do que muitos cristãos têm pregado através da teologia da prosperidade, que dá ênfase às conquistas materiais através da fé e contribuições vultosas às igrejas.
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