A justiça de Alagoas condenou à prisão três padres acusados de pedofilia. As penas determinadas pelo juiz João Luiz de Azevedo Lessa somam mais de 50 anos.
O julgamento que levou à condenação dos sacerdotes foi conduzido na 1ª Vara da Infância e da Juventude de Arapiraca (AL) e durou Cinco meses e 11 dias. Os três padres eram acusados de pedofilia contra coroinhas e foram condenados a penas que variam de 16 a 21 anos de prisão.
Segundo o UOL os ex-coroinhas Anderson Farias, de 22 anos, Cícero Flávio, 23, e Fabiano Ferreira, 22, acusam os três religiosos de abusos sexuais quando eles eram adolescentes e coroinhas das paróquias onde os padres atuavam.
O ex-coroinha, Cícero Flávio, afirmou em seu depoimento que os padres usavam do poder religioso que tinham perante a sociedade para encobrir os abusos. “Tomei coragem de filmar tudo que estava acontecendo, pois só assim a sociedade iria acreditar na denúncia dos abusos feitos a nós por aqueles homens”, desabafou.
O caso de abuso ficou conhecido internacionalmente quando cenas de sexo entre o padre e Fabiano foram divulgadas à imprensa, em fevereiro de 2010. As imagens acabaram também em bancas de camelô da cidade de Arapiraca. A denúncia fez com que a CPI da Pedofilia do Senado Federal realizasse uma sessão no fórum de Arapiraca, presidida pelo senador Magno Malta (PR-ES) que colheu depoimento de todos os envolvidos no caso. Um dos padres envolvidos, Edílson Duarte, chegou a confirmar que manteve um relacionamento amoroso com um dos rapazes, mas se defendeu afirmando que as relações sexuais teriam ocorrido quando o rapaz já era maior de 16 anos.
Os padres foram condenados nessa semana. A decisão judicial condenou o padre Luiz Marques Barbosa, de 84 anos, a 21 anos de prisão, enquanto os padres Edílson Duarte, 43, e Raimundo Gomes, 50, foram condenados a 16 anos e quatro meses de reclusão. Eles também foram multados em R$ 1.816 cada um.
Apesar da sentença, eles não serão presos. “A defesa e o MP têm cinco dias para recorrer da decisão. Como eles são réus primários, de bons antecedentes, têm residência fixa e compareceram às fases processuais, não terão a prisão imediata”, disse o advogado Edison Maia que representa os padres Raimundo Gomes e Luiz Marques, ao afirmar que irá recorrer da decisão judicial.
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