Nessa sexta-feira (19) a justiça do São Paulo decretou a prisão do padre Osvaldo Donizete Silva, da cidade de Sales, no interior do estado, acusado de abuso sexual. O sacerdote católico é acusado de molestar sexualmente uma menina de apenas 11 anos de idade, quando a criança, que também auxiliava o padre como coroinha, participava do ritual de confissão da primeira eucaristia O crime teria ocorreido na Paróquia São Benedito, da qual ele era o responsável.
O caso aconteceu em maio, quando a mãe da menina denunciou o padre à polícia. Porém, somente na última semana a situação veio à tona com a divulgação da prisão preventiva do padre, decretada pela Justiça.
O padre está preso na Penitenciária de Andradina (SP) desde o dia 15, mas a Igreja defende o sacerdote, afirmando que a prisão é “injusta”.
– Justiça alegou que a prisão preventiva seria justamente para impedir que ele pudesse ter contato com a família ou a menor, mas isso não poderia ocorrer. O padre já estava afastado da paróquia, dos trabalhos e inclusive, estava morando em outra cidade, apenas esperando a sentença da Justiça. Por isso a prisão é injusta – afirmou o bispo da Diocese de Catanduva, d. Otacílio Luziano da Silva.
O bispo informou ainda, segundo o Estadão, que os advogados da diocese ajuizaram, ainda na sexta-feira, o pedido de habeas corpus de Osvaldo Donizete Silva no Tribunal de Justiça.
O delegado de Sales, Saint Clair Silva Duarte, afirma que o inquérito concluído por ele em 24 de junho não apresentou provas materiais ou testemunhais, e que por isso ele não pediu a prisão do padre. Segundo o delegado, “o que restou foi a palavra da menina contra a do padre”.
Porém, o Ministério Público afirma que o inquérito revela a prática de estupro de vulnerável e por isso o padre deveria ser preso. O juiz Renato Soares de Melo Filho, da Comarca de Urupês, onde tramita o caso, explica que o pedido de prisão chegou atrasado, mas a gravidade dos depoimentos da criança dão base para a prisão.
– As narrativas das testemunhas são firmes e coesas, havendo elementos da materialidade e indícios de autoria (…) – afirmou o juiz, que ressalta ainda como motivo agravante para a prisão preventiva, concedida por ele, o fato de o padre trabalhar com outras crianças.
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