O padre Alessandro Campos, que se auto-intitula “o padre sertanejo do Brasil” está sendo acusado de desrespeito a idosos, ofensa e maus tratos a funcionários de TVs, queixas comerciais de telespectadores, acusações de ostentação e exibicionismo em redes sociais e uma denúncia por mostrar “o que não devia” num programa de TV.
Menos de vinte e quatro horas depois que a coluna do Ricardo Feltrin, no UOL, publicou que o padre Alessandro Campos havia fechado contrato para um programa musical na RedeTV, Feltrin começou a receber uma grande quantidade de e-mails e mensagens diretas de pessoas irritadas com relatos sobre o padre midiático.
Telespectadores, pessoas que trabalharam em produções ligadas ao padre; funcionários de emissoras em que ele passou, como Gazeta, TV Aparecida, Rede Século 21 e até da Rede Vida, onde o padre está atualmente.
Há várias queixas registradas contra o padre até no site de consumidores Reclame Aqui.
“Ele não é um padre mas um cantor sertanejo que está promovendo suas canções que não têm cunho religioso, bem como seus produtos para aumentar suas comissões. Entre um comercial e outro chovem mais anúncios”, diz a mensagem de uma telespectadora postada no site.
“Deveria ser programa com músicas religiosas, respeito e seriedade mas o que vemos são ofensas e brincadeiras bestas, idiotas que denigrem os idosos –no caso dele, chamados de velhos e velhas. Piadas de mau-gosto, brincadeiras imbecis e sem graça”, diz outro internauta no Reclame aqui.
Funcionários e ex-funcionários da Gazeta e Aparecida que trabalharam com o padre também fazem relatos de ofensas e maus tratos.
Na internet também há muitas críticas ao padre midiático.
“Na plateia às vezes tem uma ou duas (mulheres) bonitas, o resto é tudo bagulho pra despacho”: Tô chocado com a frase desse cara que se diz religioso e falta com respeito com as pessoas que vão prestigiar o programa dele”, postou um jornalista após assistir ao padre recentemente na Rede Vida.
Fiéis católicos também enviaram queixas contra ele para a Cùria Metropolitana e até para o Vaticano. Um dos motivos: as roupas extremamente justas que o padre usa em suas apresentações, além da divulgação de música laica. “Ele é padre, mas apresenta na TV um cabaré”, se queixou uma fiel católica à Cúria.
O padre no momento apresenta um programa na Rede Vida e faz shows pelo Brasil.
Em fevereiro deve estrear seu programa na Rede TV. A ideia da emissora era um programa semanal, mas o padre insistiu para que fosse diário.
Outro lado
Procurado pela coluna do Ricardo Feltrin, Alessandro Campos nega todas as acusações e queixas enviadas à coluna.
Ele afirma jamais ter ofendido às idosas, e que apenas “brinca com as senhoras, que adoram as brincadeiras”.
Diz ainda que jamais destratou funcionários de produções ou emissoras (que ele diz serem sempre terceirizados). Também desconhece queixas sobre vestimentas.
O padre também nega responsabilidade em casos de queixas contra anunciantes que aparecem em seus programas (“Os anunciantes dos programas são negociados pela emissora, e são os mesmos anunciantes presentes em todas as TVs abertas”).
Sobre a acusação de exibicionismo e ostentação de riqueza em redes sociais (usando relógios caros, joias, andando com carros importados e até helicópteros), o católico afirma que não fez “voto de pobreza”.
Leia abaixo a íntegra das respostas do padre:
O padre é acusado de tratar com desrespeito idosas que vão ao seu programa, embora se autoproclame também como “o padre das velhinhas”; há queixas registradas até em sites, inclusive de ofensas verbais.
Padre Alessandro Campos: O padre sempre brinca com as senhoras, que adoram as brincadeiras. Claro que não é possível agradar a todos e, porventura, algumas podem não ter gostado em algum momento.
Os shows lotados e programas com a plateia sempre cheia mostra que a grande maioria do meu público tem um grande carinho. Quanto às queixas seria importante me informar, pois não são de meu conhecimento.
Há várias queixas postadas contra seus últimos patrocinadores e anunciantes no site Reclame Aqui, devido a venda de produtos ou serviços irregulares.
Padre Alessandro: Não tenho nenhum patrocinador. Os anunciantes dos programas são negociados pela emissora, e são os mesmos anunciantes presentes em todas as TVs abertas.
O sr. foi apontado como beneficiário de uma agência de viagens, a Habemus, que fatura muito com pacotes (que o sr. vende na TV); e que nessas viagens leva a família toda gratuitamente e ainda fatura uma comissão sobre os pacotes vendidos.
Padre Alessandro: Não procede! Fiz somente uma viagem para a Disney com essa empresa. Quanto a levar a família e ganhar uma comissão sobre os pacotes é procedimento normal em todas as agências que fazem pacotes com artistas devido ao pagamento de cachê, afinal também tenho carreira e ganho meu dinheiro decentemente.
Apesar do sacerdócio de padre, o sr. gosta de ostentar relógios de ouro, anéis, correntes tem carros importado, anda de helicóptero e exibe tudo isso em vídeos publicados em suas redes sociais. Vive em uma linda residência em Mogi também, mas, segundo apurei até agora, praticamente nenhum bem está em seu nome.
Padre Alessandro: Eu, padre Alessandro Campos, não fiz voto de pobreza. Perante à Igreja Católica não existe problema algum em um padre trabalhar e ganhar seu dinheiro.
Devido a distância entre um show e outro, pelos compromissos com a TV ao vivo e as rádios, é necessário o fretamento de helicóptero, o que é feito pelo contratante. Como acontece com qualquer artista que tem a quantidade de compromissos que eu. Em relação à minha casa, sim, é uma linda residência e trabalhei muito para isso.
Pelo que apurei o sr. foi alvo de queixas e denúncias junto à Cúria Metropolitana e até no Vaticano, devido a sua conduta, que algumas vezes é considerada por muitos fiéis como inapropriada.
Padre Alessandro: Não procede! Tudo que faço está de acordo com o Bispo Dom Pedro Luiz Stringhini que por sua vez está de acordo com a Igreja Católica Apostólica Romana. Quanto a denúncia no Vaticano nunca tive conhecimento de nenhuma.
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