O sucesso alcançado pela TV Record com sua novela Os Dez Mandamentos, a primeira inspirada numa história bíblica, está levando a principal concorrente da emissora a uma perda considerável de audiência.
Desde que passou a ser exibida, a “novela bíblica” tirou aproximadamente 20% da audiência da Globo no horário das 20h30 às 21h30, afetando o Jornal Nacional e principalmente a novela Babilônia, que estreou com média de 33 pontos (5 abaixo da média de suas antecessoras), caiu para aproximadamente 27 ainda na primeira semana, e em seu pior momento, marcou 20 pontos de média no dia 04 de abril, um sábado.
O ponto de antipatia do público foi a ousada estreia da novela, que mostrou um beijo entre duas personagens idosas, lésbicas. A partir daí, um boicote organizado por evangélicos nas redes sociais incentivou outros telespectadores insatisfeitos a não acompanharem a trama.
Em contrapartida, a Record lançava, no mesmo momento, sua produção mais cara de todos os tempos: Os Dez Mandamentos, com custo de R$ 700 mil por capítulo, 80 atores escalados (muitos deles ex-funcionários da Globo) e com uma história já conhecida do público.
A Globo correu e obrigou os autores Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga a fazerem alterações na novela, colocadas em prática aos poucos, mudando os rumos da história que seria contada inicialmente.
As mudanças surtiram efeitos sutis, e a novela recuperou parte da audiência, marcando média de 26,1 pontos na última semana, mas ainda muito longe dos 38 a que a Globo estava acostumada, segundo informações do TV Foco.
Enquanto isso, pelos lados da Record, até a direção da emissora tem se surpreendido com o resultado de Os Dez Mandamentos, que elevou a audiência da Record em até 83% no horário nas principais regiões metropolitanas do país.
“A novela cativa por ter muitos dramas familiares que são absolutamente contemporâneos. A gente vê muito a história da mãe que teve que entregar o filho para adoção e depois o procura, tem o drama da mulher que é espancada pelo marido… E o que emociona o espectador é essa relação familiar”, analisou Alexandre Avancini, diretor-geral do projeto.
Para Avancini, o resultado é ainda melhor do que o que se imagina: “A gente fez uma pesquisa e descobriu que só 20% dos espectadores das produções bíblicas eram evangélicos. É bem pouco. O resto eram outras religiões e o público em geral”, disse ao iG.
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