Atualmente, mais de 100 milhões de cristãos são perseguidos por causa de sua fé em Jesus, em mais de 60 nações. Sabe-se que mulheres e crianças, no entanto, são mais suscetíveis, principalmente em países onde prevalece a sharia (lei islâmica). Um novo relatório da pesquisadora norte-americana Lela Gilbert, do Instituto Hudson, nos EUA, descreve a violência contra os "mais vulneráveis" em terras muçulmanas como uma espécie de arma usada pelos grupos extremistas para extinguir os cristãos de suas terras. As pesquisas apontaram, no caso das mulheres, para as questões da violência doméstica, exclusão social, códigos de vestimenta opressivos, falta de proteção legal, entre outras coisas.
No caso das crianças, abordou casos de abuso, casamento infantil, trabalho forçado e a extrema violência contra elas. Já é difícil imaginar um adulto ser perseguido pelo simples fato de querer ser como Jesus e viver em amor, mas quando se trata de uma criança, é quase impossível descrever o sentimento. Relatórios da Portas Abertas alertam para um grande número de crianças órfãs, com alguma deficiência por conta das explosões, privadas de uma educação regular, discriminadas pela sociedade, enfim, violentadas em todos os sentidos e em todas as esferas da vida, tanto física como emocional e espiritualmente. Em cada país, no entanto, o tipo de desafio na perseguição tem suas peculiaridades.
José*, um menino cristão que vive na Colômbia, por exemplo, convive diariamente com a luta armada de guerrilheiros e paramilitares, na disputa pelo poder no país. Seus olhos já viram várias execuções de jovens e cenas chocantes demais para sua idade. Mikal* é um pequeno paquistanês obrigado a estudar o alcorão em tempo integral e ouve de seus professores que não se pode confiar em cristãos. Ele enfrenta bullying de seus colegas por causa de sua fé, na hora do lanche é chamado de infiel, vive isolado e nunca é convidado para festas e eventos, o que o faz ficar deprimido. Mas esses são apenas dois dos milhares de exemplos.
Hoje, 4 de junho, a ONU criou o "Dia Internacional das Crianças Vítimas de Agressão", para que sejam lembradas e também para que haja uma reflexão sobre esse assunto. Lembrando que, somente a partir do século 19, as crianças passaram a ser percebidas como seres humanos autônomos, fator que contribuiu muito para o desenvolvimento da psicologia, pedagogia, pediatria e psicanálise, com o objetivo de atenuar as agressões e melhorar as condições de vida dos menores. Zelar pelas crianças não é tarefa exclusiva dos pais, mas de todos, desde a comunidade, parentes, profissionais de saúde, educadores até governantes. Que esse dia não seja o único em que vamos nos lembrar das crianças vítimas de agressão, mas que seja o primeiro em que vamos nos comprometer a orar por elas, para que suas vidas sejam mudadas e que Deus substitua suas lembranças difíceis pela esperança de um futuro melhor.
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