No dia 4 de junho o governo ordenou a demolição de 109 casas de um assentamento cristão na cidade de Jeypore, no distrito de Koraput, no estado de Orissa, como parte de uma campanha de "embelezamento".
Quando a coletora distrital Shubha Sharma ordenou que as casas fossem demolidas "em 48 horas", os moradores insistiram com ela para que "impedisse a expulsão das pessoas pobres às vésperas da período das monções", de acordo com reportagem no jornal local Sambad.
O apelo foi rejeitado e um destacamento extra da polícia foi destinado ao local para supervisionar a demolição.
Entretanto, "no dia 6 de junho, o escritório da coletoria distrital revogou a ordem de demolição até que a estação das monções termine", disse ao Compass o reverendo Aman Khosola, bispo da Igreja Evangélica Luterana de Jeypore.
O período das monções vai de 15 de junho a 15 de agosto aproximadamente.
A administração do distrito planeja construir um parque aquático no local para promover o turismo.
Vasudev Pradhan, administrador distrital, confirmou ao Compass que a demolição foi adiada em função dos atos públicos, mas que será levda a efeito "talvez em novembro ou dezembro".
"A administração irá cuidar das necessidades básicas das famílias despejadas", ele acrescentou.
A área do subdistrito de Raja Nagar, na parte noroeste de Jeypore, pertence ao governo do estado. A maioria dos moradores é cristã de origem tribal. Eles executam trabalhos manuais e sobrevivem com o mínimo de recursos.
Um funcionário da administração, que pediu para não ser identificado, afirmou que, apesar de existirem outros assentamentos ilegais por toda a cidade, a administração escolheu justamente o assentamento cristão para demolir.
Rabi Narayan Nanda, ministro do governo estadual, disse, no dia 12 de junho, que iria fazer de tudo para impedir a demolição, de acordo com o jornal Sambad.
O jornal acusou Nanda, um membro do partido Biju Janata Dal, uma ala do partido nacionalista hindu Bharatiya Janata, de se encarregar da questão para adquirir ganhos políticos.
Por outro lado, os cristãos suspeitam que a ordem de demolição teve influência do grupo extremista hindu Rashtryia Swayamsevak Sangh (RSS).
"O RSS realizou um treinamento paramilitar na cidade entre 2 e 4 de junho, e contou com o apoio do ministro das Finanças, Manmohan Samal, e do ministro de Recursos Hídricos, Rabi Nanda", disse Khosola.
O projeto de construir um parque aquático foi anunciando primeiramente em maio, mas a ordem de demolição não foi dada até o dia 4 de junho, imediatamente após o treinamento do RSS.
"A administração está tentando atormentar a minoria cristã", alega Khosola. "Os cristãos vivem juntos em Raja Nagar, e as organizações fundamentalistas parecem não gostar. Por isso é que estão tentando desalojá-los e dispersá-los".
O reverendo Dr. D. B. Hrudaya, secretário geral do capítulo local do All India Christian Council, concorda. "Claro que a terra pertence ao governo, mas eles podem facilmente encontrar outro local para construir um centro de turismo", disse ele.
Amar Thomas, um ativista que trabalha em favor dos moradores, disse ao Compass: "O desenvolvimento é bem-vindo enquanto beneficia a população local, mas não pode ser colocado acima dos direitos básicos do povo".
Já o padre Babu Joseph, porta-voz da Conferência dos Bispos Católicos da Índia, declarou à agência de notícias católica Fides que "a ordem é uma violação da liberdade e dos direitos dessas famílias indianas. Pedimos ao governo para garantir e proteger esses direitos e para tomar medidas para deter o avanço do fundamentalismo promovido pela RSS".
Sharma, a coletora distrital, foi procurada por Compass, mas não quis fazer declarações.
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