Ordem de ataques ao AfroReggae teria partido de Beira-Mar

Advogado do preso garante que ele não tem ligação com o pastor Marcos Pereira.

O jornal Extra publicou no sábado (3) que uma gravação autorizada pela Justiça mostrou que os traficantes Luiz Fernando da Costa, Fernandinho Beira-Mar, e Marcio dos Santos Nepomuceno, Marcinho VP, tiveram uma conversa na penitenciária federal de Catanduvas, no Paraná, e que Beira-Mar havia mandando “um salve” para o líder da ONG AfroReggae, José Junior.

Com essa conversa o diretor do presídio entendeu que a ordem para os dois ataques nas bases da ONG partiram do criminoso. O advogado de Luiz Fernando da Costa, Wellington Corrêa, diz que o diretor interpretou mal a conversa e deixa claro que seu cliente não tem nenhuma ligação com o pastor Marcos Pereira.

“Foi uma interpretação mal feita do diretor (do presídio) da conversa entre os dois. O Luiz Fernando não tem nada a ver com o Alemão, nem com o pastor Marcos (Pereira). Ele é ateu”, disse o advogado de Beira-Mar.

O pastor Marcos Pereira, fundador da Assembleia de Deus dos Últimos Dias (ADUD) tem sido acusado por José Júnior como mandante dos ataques. No dia 16 de julho a pousada da ONG, localizada no Complexo do Alemão, foi incendiada e no dia 30 a sede da entidade foi alvejada por tiros de fuzil.

O coordenador do AfroReggae garante que o líder religioso tem ligações com o crime organizado do Rio de Janeiro e chega a dizer que eles estão tentando matá-lo.

A Delegacia de Combate às Drogas (Dcod), que investiga as acusações contra o pastor, sabe que os traficantes estão insatisfeitos com a ONG, mas não sabe o motivo.

“Percebe-se que a facção (que domina o Alemão) está insatisfeita com a atuação do AfroReggae por lá. Só não sabemos o porquê. E é fato que tudo só passou a acontecer após a prisão do pastor Marcos (no início de maio)”, afirmou o delegado Marcio Mendonça, da Dcod, ao jornal Extra.

Por conta da conversa gravada os traficantes Fernandinho Beira-Mar e Marcinho VP ficarão dez dias em isolamento preventivo até que a participação deles nos ataques seja apurada pela polícia.