O relator da ONU para os direitos humanos em Mianmar, Thomás Ojea Quintana, insistiu hoje em que a Junta Militar que governa o país asiático deve libertar "progressivamente" todos os presos políticos antes das eleições previstas para 2010.
Ao apresentar hoje seu relatório ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, Quintana destacou que, embora alguns avanços tenham ocorrido, como a libertação de dezenas de presos políticos nos últimos meses, mais de 2,1 mil detentos deste gênero ainda não estão livres.
"Peço a progressiva libertação de todos os presos políticos, quando se sabe que há mais de 2,1 mil deles ainda detidos, sob prisão domiciliar ou em prisões remotas", solicita o relator.
O relatório destaca que seis presos políticos foram libertados em setembro de 2008 e outros 29 em fevereiro deste ano, mas lembra que, em maio, completam-se seis anos do início da prisão domiciliar de Aung San Suu Kyi, líder do movimento democrático em Mianmar.
Quintana afirmou que tratou do caso de Suu Kyi com as autoridades birmanesas nas duas viagens que fez ao país em 2008. Segundo o relator, "o ministro do Interior explicou que o caso foi recebido pelo primeiro-ministro, que, por sua vez, solicitou a análise das autoridades competentes".
O relatou destacou que, em fevereiro, foi prolongada em um ano a prisão domiciliar de Tin Oo, vice-presidente do movimento opositor Liga Nacional pela Democracia.
Quintana espera que todos os presos políticos sejam libertados antes das eleições de 2010, "para que possam participar, votando ou apresentando-se como candidatos".
Em seu relatório ao Conselho, o especialista também expressa sua preocupação com a situação da minoria muçulmana de Mianmar, uma população que não tem praticamente nenhum direito e possui pouco acesso à saúde, educação e emprego.
O documento pede à Junta Militar birmanesa que reconheça os direitos cidadãos para este grupo étnico.
Entre esses cidadãos presos, estão diversos cristãos. Ore para que eles sejam libertos o mais rápido possível.
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