Já presente no arquipélago de Zanzibar, onde a maioria é muçulmana, o projeto de lei introduz tribunais islâmicos em todo o país e princípios islâmicos em leis já existentes. Estas leis lidam com questões familiares, como casamento, divórcio e questões de herança.
Os cristãos na Tanzânia continental declararam oposição ao novo projeto de lei. Por isso, os cristãos são o alvo principal do aviso emitido pelo governo. De acordo com a organização Barnabas Aid, o Ministro Mathias Chika disse que os líderes de instituições religiosas têm o direito de se expressar individualmente, mas que usar suas posições para influenciar os votos dos seus rebanhos é uma prática ilegal.
O referendo para aprovação do novo projeto de lei, programado para ser realizado no dia 30 de abril, foi adiado. Mas, provavelmente, ele será realizado antes das próximas eleições presidenciais, previstas para outubro de 2015. Enquanto isso, as relações entre muçulmanos e cristãos estão tensas.
O que isso significa para os cristãos? Uma analista de perseguição da Portas Abertas responde: "Tal como está, a ideia de incluir tribunais islâmicos em todo o país só impulsionaria o aumento do radicalismo islâmico no país, bem como a influência da comunidade muçulmana. A tentativa de diminuir o esforço dos cristãos de ter sua própria opinião sobre o projeto de lei agrava o problema. Além de limitar os direitos dos cristãos de exercer o seu direito de voto, a ameaça do governo de cancelar o registro de igrejas cristãs causará problemas maiores: limitará profundamente a liberdade de expressão, bem como a liberdade de se reunir. Acima de tudo, a situação chegará a um ponto em que as pessoas terão de decidir sobre o novo projeto de lei tendo como base razões erradas ou a desinformação. Portanto, é crucial que o governo alivie a pressão que está colocando sobre os cristãos".
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